Diretor-geral da Câmara de Morretes é denunciado por espancar a namorada


Por Redação Publicado 11/04/2023 às 21h33 Atualizado 18/02/2024 às 08h58

Ela procurou a polícia e contou que levou socos no rosto, na boca, mordidas nas costas, depois foi segurada pela cabeça e arremessada contra a parede, o que teria provocado diversas lesões pelo corpo. O relato de tanta violência foi feito a policiais civis e militares, na noite de segunda-feira (10), por uma jovem de 18 anos. De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O), a que a reportagem teve acesso, a vítima procurou o módulo da Polícia Militar, em Morretes, e contou o que havia acontecido. Ela foi orientada a procurar atendimento médico, onde ficaram constatadas as lesões. Em seguida, os policiais militares a acompanharam até a casa em que a jovem vivia com o namorado, Lucas Cristiano Gonçalves, 25 anos, que ocupa o cargo comissionado de diretor-geral da Câmara Municipal de Morretes, para que a garota pegasse alguns pertences. Lucas ocupa o cargo comissionado, pelo qual é remunerado com o salário de R$ 6 mil.


BOLETOS


Ainda de acordo com o registro, o que teria motivado as agressões seria um desentendimento por causa de faturas a pagar. O caso foi registrado na delegacia de Morretes, e a jovem foi para a casa dos pais, em Antonina. O diretor geral foi procurado pelos policiais militares, mas não foi localizado. No B.O, o caso foi registrado como lesão corporal, violência doméstica e familiar e crimes contra a pessoa. A vítima já saiu da delegacia com uma guia para realizar exame de lesões corporais, no Instituto Médico Legal.

Lucas Luciano Gonçalves foi denunciado pela namorada, de 18 anos, com quem morava até segunda-feira (10); eles estavam de casamento marcado para o começo de maio. Foto: Câmara Municipal de Morretes


ENVOLVIDOS

O JB Litoral conversou com a vítima. Ela confirmou os fatos, mas preferiu não se manifestar. Também tentou contato com Lucas Cristiano Gonçalves, que não respondeu, até a publicação desta reportagem. O espaço está aberto para que o diretor da Casa Legislativa dê a sua versão do caso.


COM A PALAVRA, A PRESIDENTE


O JB Litoral também procurou a presidente da Câmara, Luciane Costa Coelho (PODE), que afirmou desconhecer ocorrido. “Não tenho conhecimento do fato, até porque hoje ele não foi trabalhar. Mas, com certeza, qualquer fato que envolva violência doméstica contra a mulher tem o meu repúdio , e eu, como mulher, em hipótese alguma aceitarei no quadro de funcionários pessoas com essas características de agressor”, disse.

No entanto, a parlamentar ressaltou que aguardará a apuração do caso. “É preciso apurar os fatos. Não posso me manifestar sem realmente conhecer da verdade. Se ficarem comprovados, providências serão tomadas“, concluiu Luciane Costa Coelho, que é autora da Lei Municipal 658/2021, em vigor desde novembro de 2021.

Luciane Costa Coelho (à esquerda), afirmou que se ficar comprovada a violência doméstica irá tomar providências em relação ao diretor-geral, Lucas Luciano Gonçalves (à direita). Foto: Reprodução


O QUE DIZ A LEI


A lei proíbe a nomeação, no âmbito da administração pública direta e indireta, para cargos efetivos e em comissão de livre nomeação e exoneração, de pessoas condenadas no contexto de violência doméstica e familiar contra mulheres, conforme previsto na Lei Federal nº 11.340, de 07 de agosto de 2006 – Lei Maria da Penha. A proibição vale para agressores cuja condenação já tenha decisão transitada em julgado, e se extingue com o comprovado cumprimento integral da pena.