Em dois meses, Patrulha Maria da Penha de Paranaguá realizou 96 atendimentos pós violência doméstica


Por Luiza Rampelotti Publicado 22/11/2023 às 15h06 Atualizado 19/02/2024 às 05h26

*Com informações do 9º BPM

A violência contra as mulheres continua a ser uma realidade no Brasil, como revelado pelos números alarmantes divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 2022, foram registrados 926.248 casos de violência doméstica no país, abrangendo feminicídios, lesão corporal dolosa, ameaça e estupro. A gravidade do problema é acentuada pelo fato de que quase 30% das brasileiras relataram terem sido vítimas de algum tipo de agressão no ano passado, totalizando 18,6 milhões de mulheres acima de 16 anos.

O cenário torna-se ainda mais problemático quando observado o primeiro semestre de 2023, onde 722 mulheres perderam suas vidas para o feminicídio, marcando um aumento de 2,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior, ainda conforme o Fórum. Os números chocantes destacam a urgência de ações efetivas para combater a epidemia de violência de gênero.

No Litoral do Paraná, a Polícia Militar está respondendo a esse chamado com a criação da “Patrulha Maria da Penha”, um serviço especializado dedicado a atender mulheres vítimas de violência doméstica e garantir o cumprimento das Medidas Protetivas de Urgência estabelecidas pela Lei Maria da Penha, desde 2021. Em Paranaguá, a equipe é composta pelo cabo Gonçalves e pela cabo Renata, que tem se destacado por seu comprometimento.

96 atendimentos em dois meses

Em dois meses de trabalho, de 18 de setembro a 17 de novembro de 2023, a equipe realizou mais de 80 visitas preventivas pós-ocorrência de violência doméstica, além de 16 visitas de fiscalização do cumprimento de Medidas Protetivas de Urgência. A equipe não se limita a ações reativas, pois também desempenha um papel importante na prevenção e conscientização, oferecendo palestras em empresas e escolas locais.

As ações preventivas e educativas não são apenas números, mas narrativas de vidas impactadas. O cabo Adenildo Gonçalves da Silva destaca a importância de oferecer um atendimento humanizado e qualificado às vítimas.

Nós buscamos oferecer um atendimento humanizado e qualificado, dando apoio e orientação às vítimas, bem como fiscalizando os agressores e os encaminhando à Justiça quando necessário. Nosso objetivo é prevenir novas agressões e proteger as mulheres“, afirmou.

Educação e sensibilização social

A cabo Renata Mendes Passos Venâncio enfatiza o papel educativo e de sensibilização da sociedade desempenhado pela Patrulha Maria da Penha. “Nós realizamos palestras e instruções para divulgar o serviço e conscientizar as pessoas sobre a gravidade da violência doméstica e familiar, que é uma violação dos direitos humanos das mulheres. Nós queremos que as mulheres saibam que elas não estão sozinhas e que podem contar com a Polícia Militar para denunciar e romper o ciclo de violência“, comentou a policial.

Mulheres que sofrem violência doméstica e familiar podem acionar a Patrulha Maria da Penha através do telefone de emergência 190 ou pelo aplicativo 190 PR. As visitas preventivas são agendadas após o registro de um Boletim de Ocorrência Unificado (BOU) pela vítima. A busca por ajuda também pode ser feita diretamente na unidade policial militar mais próxima, onde orientações necessárias serão oferecidas.