Famílias sofrem com a ausência de notícias; Hospital de Campanha pede paciência
Desde junho de 2020, o Centro de Diagnóstico João Paulo II foi adaptado para abrigar o Hospital de Campanha de Paranaguá para atender pacientes com suspeitas ou diagnósticos da Covid-19.
Administrado pela Fundação de Assistência à Saúde (FASP), as instalações foram feitas com recursos municipais e com o apoio da comunidade portuária, que repassou R$ 500 mil ao município para compra de equipamentos.
Além de prestar os primeiros atendimentos, o local é destinado a pacientes que necessitam de algum tipo de observação e suporte hospitalar.
No último final de semana, o JB Litoral recebeu mensagens de leitores e internautas que estavam com dificuldades de obter informações de familiares que estão internados, que é o caso da Rosa da Silva Alves, de 68 anos, mãe do Diego da Silva Alves.
Na quarta-feira (17), Diego contou ao JB que sua mãe foi internada na sexta-feira (12) e entubada no sábado (13), durante os cinco dias ele ficou em busca de informações sobre o estado de saúde dela. “Estou há cinco dias sem notícias dela. Fiquei sabendo que seria entubada porque ela me ligou, minha mãe me ligou para falar que estava sendo entubada. Eles (os profissionais do hospital) pedem para não irmos lá, mas não dão notícias”, disse.
No dia em que conversou com a equipe do JB, ele ligou para o hospital e o atendente informou que apenas a assistente social passava o estado de saúde do paciente. O funcionário disse ainda que naquele mesmo dia eles ligariam.
Segundo Diego, no final da tarde de quarta o hospital realmente entrou em contato. Porém, foi a última vez até o comunicado do falecimento da sua mãe, que aconteceu no sábado (20).
“Nossa prioridade é o paciente”
Em entrevista ao JB Litoral, nesta terça-feira (23), a diretora da Fasp, Legiane Bortoli, destaca que há uma assistente social responsável pelo contato com a família pelo telefone. “Nós entendemos que a família quer ver o paciente, mas pedimos que não venham aqui, pois não podemos expor o familiar ao risco. Por isso, temos a assistente social que faz o contato diariamente, pois entendemos que eles precisam de informações”.
Legiane confessa que os últimos dias foram bem difíceis. “Na semana passada nós estávamos numa situação bem crítica, todos os profissionais estavam correndo para atender os pacientes. Realmente, acabamos falhando com as famílias, mas priorizamos aqueles que realmente precisavam de nós. Nosso propósito é atender primeiro o paciente”.
Atualmente, o Hospital de Campanha conta com 30 leitos e 8 ventiladores. “Graças a Deus, hoje está bem tranquilo. Estamos com 14 pessoas internadas e três tiveram alta ontem (22)”.
A diretora agradece o empenho da equipe e pede a colaboração dos parnanguaras. “Agradeço todos os profissionais, desde os responsáveis pela limpeza até os médicos, todos são fundamentais e não estão medindo esforços para atender a população. Então, é importante que continuemos caminhando juntos. Cada um fazendo a sua parte. Nunca esquecendo da máscara, álcool em gel e evitando aglomeração”, completou.