Fé e liberdade são retratadas nos desfiles das escolas de samba, em Antonina


Por Cleverson Teixeira Publicado 20/02/2023 às 15h33 Atualizado 18/02/2024 às 05h17

Quem escolheu a cidade de Antonina para curtir o terceiro dia de Carnaval, realizado no domingo (19), pôde acompanhar os tradicionais desfiles das Escolas de Samba. Este ano, apenas a Batel e Leões de Ouro se apresentaram na avenida. As outras duas agremiações, Capela e Portinho, não participaram do festejo por falta de recursos financeiros, segundo a organização do evento.

Apesar de anos trabalhando com a festa popular, os responsáveis por colocar os espetáculos nas ruas transparecem a ansiedade a cada Carnaval. A presidente da Associação das Escolas de Samba, Blocos Carnavalescos e Folclóricos de Antonina (AESBA), Elise Nilce Corrêa, descreveu como estava o sentimento antes dos desfiles. Além disso, ela exaltou a vida ao relembrar a fase turbulenta da pandemia.

Depois de um período pandêmico, nada melhor que festejar. O nosso lema é: Carnaval de Antonina, celebrando a vida. Então, a expectativa é bem grande. E o pessoal está vindo para cá. As alas estão completamente cheias. Tem muito turista na cidade. A felicidade é geral”, disse a presidente, sem esconder o brilho dos olhos.

Para que tudo ocorresse da melhor forma possível, foram necessárias altas doses de dedicação e muito trabalho. Segundo Elise, por trás de toda essa festa existem as dificuldades. “Os trabalhos para colocar o Carnaval na avenida foram árduos. As Escolas de Samba, ao longo dos anos, encontraram muita dificuldade para manter os barracões abertos, porém – com alguns eventos que elas realizaram – estarão na avenida, trazendo todo o brilho e alegria para o povo”, complementou.

Presidentes das Escolas de Samba

Antes do início dos desfiles, o JB Litoral conversou com os dirigentes das Escolas de Samba de Antonina. Na concentração – a presidente da Batel –  Claudineia Cabral, afirmou que a euforia é inevitável. Além disso, ela contou como foram os preparativos para estar na Avenida do Samba.

Presidente da Escola de Samba do Batel, Claudineia Cabral.

Todo mundo está eufórico e maluco por Carnaval. É uma felicidade imensa. A gente vem com muito amor, carinho e muita alegria, porque os trabalhos foram intensos, porém gratificantes. Toda a comunidade ajuda”, destacou a comandante do grupo, minutos antes do desfile.

Já o presidente da Escola de Samba Leões de Ouro, Sando Rafael Martins, agradeceu os envolvidos que ajudaram a agremiação a participar do Carnaval 2023. “Agradeço a todos que participaram para colocar a nossa Escola na avenida. Foi muito esforço, muita gente e um desafio bem grande. Os trabalhos renderam muitos dias. Produzimos fantasias durante a madrugada. Mas a expectativa está boa. Esperamos fazer um bom desfile”, finalizou.

Presidente da Escola de Samba Leões de Ouro, Sandro Rafael Martins.

Batel

Após as 22h, a Batel entrou em cena. A chuva que caiu, durante todo o domingo, parou no momento do desfile da tricolor. Com aproximadamente 800 componentes, o samba-enredo deste ano trouxe como tema “O Grito pela Liberdade”.

“Comunidade, levante a sua voz, pelo direito de ser diferente. Isso incomoda muita gente. E um novo amanhã há de sorrir por nós…”, consta em um dos trechos da composição, a qual retrata a abolição de qualquer tipo de preconceito.

A Escola de Samba do Batel – a qual representou os escravos; o público LGBTQIA+; os ricos e os pobres; a paz, a liberdade e o amor; – contou com quatro alegorias e cinco alas.

Ela é agremiação mais antiga de Antonina. Foi fundada em 16 de fevereiro de 1947. A tricolor, a qual carrega em sua bandeira o cavalo-marinho como símbolo, já levou 12 títulos de campeã para a casa.

Leões de Ouro

Já era início de segunda-feira, 20, quando a Escola de Samba Leões de Ouro começou a se apresentar para o público. O desfile entrou na avenida 0h30, no mesmo instante em que a chuva voltou a cair na cidade. Cerca de 400 pessoas desfilaram na Escola.

Além de muito agito, a Leões de Ouro retratou muita fé e devoção na avenida. Ela homenageou a padroeira de Antonina, Nossa Senhora do Pilar, por meio do tema “300 anos da Mãe do Pilar, sua festa, costumes e tradições”.

A Escola de Samba, a qual desfilou com quatro alegorias, mostrou os anjos, as beatas, o andor e as princesas que – todos os anos – coroam a santa. “Vai nos braços da procissão, em belo andor para o seu altar. Um céu de luzes coloridas se ilumina para te louvar…”, cantavam os puxadores de samba.

A Leões de Ouro surgiu em 16 de fevereiro de 1991. Suas cores são o preto, amarelo e azul. Sua história está ligada ao bairro Caixa d’água, onde fica a sede da organização carnavalesca.

Vale destacar que, neste ano, não houve concurso para escolha da campeã.

Programação desta segunda (20/02)

16h: Baile Infantil com o Grupo Bora rolê, no centro;

18h: Corrida Rústica das Escandalosas, na Avenida do Samba;

20h: Concursos das Escandalosas e das Charmosas, no palco principal;

22h: Baile Público com o Grupo Bora Rolê.