Febre amarela já causou morte de nove primatas no Paraná


Por Redação JB Litoral Publicado 19/06/2020 às 23h47 Atualizado 15/02/2024 às 11h34

No boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), dia 10 deste mês, foram confirmados nove novos casos de febre amarela em macacos. O total de animais atingidos já é de 298 no Paraná.

O levantamento tem em consideração dados de julho de 2019 até 5 de junho de 2020 e contabiliza nesses meses 298 mortes confirmadas de macacos contaminados pela febre amarela. De acordo com a Sesa, não há casos confirmados da doença em humanos em todo o estado. “Estamos próximos do final do período sazonal e o gráfico sobre as notificações de casos de macacos contaminados pela doença apresenta sinais de redução da curva”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

As novas mortes dos animais foram registradas em Porto Vitória (4), União da Vitória (2), Cruz Machado (1), Bituruna (1) e Mangueirinha (1). A Sesa informou que pela primeira vez foi registrada a circulação viral na região de Pato Branco, na cidade de Mangueirinha.

Os macacos não transmitem a doença, mas o estudo das mortes é importante porque indica que o vírus está presente em uma determinada região. Por isso o monitoramento dos primatas é fundamental no combate à propagação da febre amarela.

O número de notificações da doença passou para 886. Conforme o boletim, 73 permanecem em investigação, 83 já foram descartadas e 432 foram indeterminadas, ou seja, sem coleta de amostra.

A regional com maior número de notificações é a 2ª Regional de Saúde, de Curitiba e região, com 65% dos casos notificados.

Foram 18 novas mortes de macacos no Paraná, somando 135 casos em animais contaminados pelo vírus da febre amarela. Permanecem em investigação 199 notificações, 65 já foram descartadas e 328 indeterminadas. “Esse aumento no número de primatas mortos confirma que o vírus da febre amarela está circulando no Paraná. Alertamos a população sobre a importância da vacina, pois essa é a forma mais eficiente e segura para prevenir a doença”, diz o secretário da Saúde, Beto Preto.

SINTOMAS

A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um vírus que se manifesta com febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômitos, dor no corpo, pele e olhos amarelados (icterícia). Também é possível o paciente apresentar hemorragia na gengiva, nariz, estômago, intestino e urina. As formas mais graves da doença podem levar à morte.

Não existe a transmissão de pessoa a pessoa. A única forma de contrair a enfermidade é pela picada dos mosquitos infectados. Atualmente no Brasil, só há registro da febre amarela silvestre, aquela transmitida pelos mosquitos haemagogus e sabethes.

VACINAÇÃO

Desde 2018, todos os municípios do Paraná passaram a ser área de recomendação vacinal contra a febre amarela diante da circulação viral. A vacina da febre amarela oferece uma alta taxa de proteção, acima de 95%. O público-alvo para receber a dose é dos nove meses de vida até 59 anos. Os maiores de 59 anos e gestantes devem procurar orientação médica.

 De acordo com a Sesa, as doses estão disponíveis em todas as unidades de saúde dos 399 municípios do Paraná. Uma única dose confere a proteção durante toda a vida, porém por orientação do Ministério da Saúde (MS), crianças com quatro anos de idade devem tomar um reforço, devido à diminuição na resposta imunológica da criança que é vacinada muito cedo.

A secretaria orienta ainda que os municípios realizem campanhas de vacinação com o objetivo atingir aquelas pessoas que ainda não foram imunizadas. “Lembramos ainda que o Programa Nacional de Imunizações passa por transição no sistema de informações para registro de doses aplicadas e que este fato pode comprometer os dados neste momento”, explica Vera Rita Maia, chefe da Divisão do Programa de Imunização da Secretaria.

Com informações da AEN