Fim da dinastia – depois de 32 anos como deputado estadual, Nelson Justus não se reelege

Por Luiza Rampelotti Publicado 03/10/2022 às 18h01 Atualizado 17/02/2024 às 18h34

Com 0,64% dos votos válidos para deputado estadual nesta eleição, encerrou em 2022 a dinastia de 32 anos de Nelson Justus (União) na política paranaense. Apesar de ter recebido 38.779 votos, 430 a mais do que na última eleição, em 2018, ele não conseguiu se eleger para a Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) devido ao quociente eleitoral.

No entanto, apesar disso, ele ficou como primeiro suplente do partido e deve assumir a vaga caso algum dos eleitos não assuma ou precise se ausentar da Assembleia Legislativa para ocupar algum cargo no governo estadual ou federal.

Justus era eleito, ininterruptamente para o cargo, desde 1990, quando foi escolhido com 11.805 votos para cumprir o primeiro mandato. Sempre contando com o apoio de Guaratuba, já que é domiciliado na cidade, tem como filho Roberto Justus (União), prefeito do município, e é conhecido como “padrinho de Guaratuba”, neste ano, apesar de ter sido o mais bem votado lá, com 8.258 votos, não foi o suficiente para garantir a cadeira do partido na ALEP.

Histórico

Nascido em Curitiba, Justus formou-se em Direito pela Universidade Federal do Paraná, em 1970, com curso de especialização na Faculdade de Direito de Coimbra. Iniciou a sua carreira profissional como professor de Português e Direito Usual na Escola Técnica de Comércio de Plácido e Silva, onde ministrou aulas por oito anos.

A vida pública começou em 1985, quando foi nomeado à presidência da Companhia de Habitação do Paraná. Já de 1991 a 2022, permaneceu como deputado estadual na ALEP; entretanto, durante a gestão do governador Jaime Lerner, em 1995, se licenciou do cargo como deputado e assumiu a Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico.

Em 2001, também foi chamado a participar do governo de Álvaro Dias, e assumiu a Secretaria de Estado dos Transportes. Em 2002, quando participou novamente das eleições para a ALEP, obteve a maior votação de sua vida: 72.889 votos.

Já em dezembro de 2010, assumiu, no Palácio das Araucárias, o Governo do Estado, quando permaneceu interinamente no cargo devido ao governador em exercício, Orlando Pessuti, estar em viagem ao México.