Funcionários da JSL, em Paranaguá, estão em greve por tempo indeterminado; saiba o motivo


Por Luiza Rampelotti Publicado 20/06/2022 às 16h57 Atualizado 17/02/2024 às 10h58

Nesta segunda-feira (20), cerca de 20 funcionários da JSL S/A, em Paranaguá, deram início à greve por tempo indeterminando. A reivindicação é pela igualdade salarial com os colaboradores da empresa em São José dos Pinhais (SJP).

De acordo com eles, trabalhadores que realizam as mesmas funções na filial da cidade, localizada na Região Metropolitana de Curitiba, recebem salários maiores. O presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Anexos de Paranaguá (Sindicap), Josiel Veiga, comenta sobre o movimento grevista.

O problema é que as empresas das capitais vêm para o Litoral e acham que os trabalhadores daqui são inferiores, então eles chegam com salários menores, sem auxílio algum. Só que o trabalhador não aceita mais Convenção Coletiva, ele quer um Acordo Coletivo, porque é por onde é possível garantir mais benefícios para a categoria”, diz.

Segundo Josiel, o Sindicap está junto aos funcionários para buscar a conquista das reivindicações. “Queremos uma manifestação da empresa com relação à greve. Aqueles registrados em carteira estão todos parados, porém, a empresa ‘quarteiriza’ o serviço, passando as funções para um trabalhador por hora. Portanto, existem alguns que precisam muito e fazem, a gente entende, mas do jeito que está não vai dar certo”, comenta.

Reivindicações

O presidente do sindicato destaca que, além da igualdade salarial, os funcionários da JSL, em Paranaguá, estão buscando demais direitos que são pagos aos colaboradores de São José dos Pinhais. Eles reivindicam um reajuste de 12,47%; ticket de R$ 25,21; cesta básica no valor de R$ 680; abono salarial de R$ 3.291,80 e Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de R$ 1.315,63.

Cleverson é motorista líder na empresa e pede igualdade salarial com funcionários de SJP. Foto: Diogo Monteiro/JB Litoral

Um dos trabalhadores é Cleverson José Vidal, motorista líder na empresa, ele ressalta que a greve é motivada pela defasagem salarial em comparação com outras cidades. Apesar disso, ele diz que os funcionários do município estão satisfeitos com o serviço, mas que precisam ser mais valorizados.

Ninguém está insatisfeito com o trabalho em si, fazemos até a mais do que nos é pedido, mas não recebemos o mesmo que os de SJP, que trabalham na mesma empresa, na mesma função, e recebem salários maiores. Estamos brigando para receber igualmente, pois fazemos a mais do que pedem e não temos o mesmo reconhecimento. Não estamos pedindo nada além do que merecemos”, comenta.

Devido à diferença salarial, Cleverson conta que, para complementar a renda, parte dos colaboradores fazem ‘bicos’. “Atendemos navios fora de horário, fazemos mais hora extra, fazemos bico para complementar a renda, temos que nos virar do jeito que dá. Por isso, sabendo que lá eles ganham mais, só queremos igualdade”, conclui.

A JSL é uma empresa que atua nos segmentos de transporte de veículos sobre carretas cegonhas e prestação de serviços de logística automotiva. Em Paranaguá, a firma presta serviço para a Volkswagen e Renault.

O JB Litoral entrou em contato com eles, questionando a respeito da situação relatada pelos grevistas e sobre uma possível proposta à categoria. Porém, até o fechamento desta reportagem, não houve retorno. A qualquer momento, a matéria poderá ser atualizada com a versão da JSL.

Editado às 22h36: Em nota, a JSL informou que “cumpre rigorosamente as cláusulas dispostas no Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) vigente, bem como as regras da CLT“.

De acordo com a companhia, foi apresentada ao sindicato dos trabalhadores a proposta de antecipação salarial de 12,47% (índice de inflação INPC), mas foi recusada. “A JSL reitera a sua disposição ao diálogo para encontrar a melhor solução para as partes“, finaliza.

O presidente do Sindicap, Josiel Veiga, está acompanhando o movimento grevista e diz que a paralisação é por tempo indeterminado. Foto: Diogo Monteiro/JB Litoral