Governo está contratando nova empresa para operar o ferry boat de Guaratuba


Por Luiza Rampelotti Publicado 07/02/2022 às 13h43 Atualizado 17/02/2024 às 01h21
Governo do Paraná vai contratar nova empresa para operar o ferry boat de Guaratuba Foto: DER/PARANÁ

Depois de tantos incidentes com a BR Travessias, atual concessionária do serviço de transporte por ferry boat, na Baía de Guaratuba, o Governo do Estado decidiu contratar, de maneira emergencial, uma nova empresa para operar a travessia. O processo já está em andamento no Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR).

Segundo o diretor do DER, Fernando Furiatti, a contratação deve acontecer até a próxima quinta-feira (10) e quatro empresas já foram acionadas para participar do processo emergencial.

A justificativa para a alteração leva em consideração os problemas registrados nos últimos meses, como tempo de espera acima do limite e um atracadouro afundado. O acordo com a nova empresa deve durar seis meses.

Assim que o processo for concluído, o Estado declarará a caducidade do contrato com a BR Travessias. E, ainda, está prevista a realização de uma nova licitação neste ano.  

Segundo o Governo, a medida foi tomada por conta do não cumprimento das cláusulas previstas no contrato para o atendimento da população. Até o momento, a BR Travessias já recebeu 141 autos de infração e, apesar da nova contratação, esses processos continuarão em andamento.

Contrato de R$ 134 milhões

O contrato com a atual empresa foi assinado em abril de 2021 e tinha previsão de duração de dez anos. Porém, desde o início, a condição da travessia dos veículos vem sendo alvo de questionamentos e ajustes por parte do Estado. Neste ano, contudo, o serviço começou a apresentar problemas mais graves, como o afundamento de um atracadouro, o que motivou, inclusive, uma ação judicial por parte do Poder Estadual.

O prefeito de Guaratuba, Roberto Justus (DEM), já havia anunciado, na semana passada, que queria a rescisão imediata do contrato com a BR Travessias. “Nós não acreditamos na empresa que detém a concessão e precisamos trocá-la imediatamente”, disse no sábado (05), após mais vídeos de incidentes com a bolsa estarem circulando nas redes sociais.

Nos últimos meses, era comum que problemas como balsas quebradas, à deriva, afundamentos de atracadouros e interdições em pontos de embarque gerassem horas de fila para a travessia. Com tudo isso vindo à tona, a população insatisfeita reclamava nas redes sociais.

Ao vencer a licitação, em 2021, a BR Travessias deveria ganhar, no prazo de 10 anos, o valor total de R$ 134 milhões. Com a rescisão do contrato, a concessionária poderia pedir uma indenização ao Governo. Porém, já que ela não tem entregado o que assinou, a declaração de caducidade faz com que o Estado possa ficar isento do pagamento. No entanto, é um processo demorado e que pode ser driblado pela concessionária ao apresentar intervenções.

Procurada pela reportagem do JB Litoral, a atual concessionária, BR Travessias, não quis se manifestar.

Com informações da AEN