Klabin apresenta propostas para mitigar impactos causados à Festa do Rocio pelo novo Terminal


Por Luiza Rampelotti Publicado 25/06/2022 às 17h59 Atualizado 17/02/2024 às 11h20
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No início do mês (8), a Klabin realizou uma reunião ampliada com lideranças regionais, devotos e comunidades caiçaras que possuem relação direta com a Festa de Nossa Senhora do Rocio, que acontece anualmente no mês de novembro, em Paranaguá. O objetivo do encontro foi apresentar à população as ações propostas para mitigar os possíveis impactos que poderão ser causados à festividade com a implementação do Terminal Portuário da Klabin, PAR-01, que está em construção.

De acordo com a empresa, foram realizadas pesquisas sobre a tradicional manifestação cultural e devocional da cidade e estado que, neste ano, está em sua 209ª edição. Conforme a Klabin, todas as propostas foram aceitas pelas instituições envolvidas na organização e execução do evento, como o Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio.

Eles afirmam que o processo inteiro foi feito a partir da escuta e diálogo com as comunidades locais, como devotos nas ilhas das baías de Paranaguá e Guaraqueçaba, Pinheiros e Laranjeiras, Cananeia (SP), moradores das antigas Vila Cesário e Vila Guadalupe, representantes do poder público local, autoridades religiosas e membros da Associação Pró-Obras do Santuário de Nossa Senhora do Rocio, bem como diversas lideranças e organizações, como a Comunidade Tradicional Caiçara Enseada da Baleia, Movimento dos Pescadores (MOPEAR), Associação dos Nativos da Ilha do Mel (ANIME), da comunidade Encantadas, Comunidades Tradicionais de Nativos de Nova Brasília e Comunidade Tradicional da Ponta Oeste.

Os projetos foram registrados no Relatório de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Imaterial (Raipi) e serão apresentados ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As ações são condicionantes do processo de licença ambiental do Terminal Portuário.

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Propostas foram apresentadas à comunidade no início de junho. Foto: Divulgação


Principais ações apresentadas


As principais medidas para controlar e mitigar os impactos sobre a Festa de Nossa Senhora do Rocio foram estabelecidas em quatro eixos, que são: patrimonial; urbanístico; devocional e socioambiental; cultural e educacional. A parte urbanística, por exemplo, refere-se à revitalização física do entorno do Santuário do Rico e do trapiche, entre outros, e deve ser concluída até o 3º ano de operação do Terminal.

Já a patrimonial diz respeito à publicação de um livro com o resultado das pesquisas sobre as festas de fé no território caiçara e promoção de atividades de educação patrimonial a partir de seu conteúdo. Deve ser feito dentro dos primeiros dois anos de operação.

Na parte devocional, a empresa deverá fornecer apoio à difusão do patrimônio imaterial pela celebração de uma Missa Caiçara dentro da Festa do Rocio. Com isso, deverá mobilizar e capacitar músicos locais e fomentar a prática de Luteria Caiçara para fabricação de instrumentos musicais. O prazo para execução é nos primeiros três anos de operação do Terminal.

Sobre as áreas socioambiental, cultural e educacional, a Klabin deverá capacitar instituições para acessar o edital de fluxo contínuo da empresa via plataforma PROSAS (plataforma de seleção e monitoramento de projetos sociais), possibilitando a diversas iniciativas da região a fim de acessar verbas disponibilizadas pela Klabin e por vários editais públicos e privados. Além disso, deverá capacitar gestores, lideranças comunitárias e agentes culturais para elaboração e gestão de projetos. Isso deve ser realizado nos primeiros três anos de operação.

A apresentação e validação das diversas ações sugeridas são um passo fundamental para o licenciamento de nosso terminal e mais uma prova prática de nossa relação de transparência e confiança com a comunidade local, especialmente os devotos, caiçaras e demais públicos envolvidos com essa manifestação tão importante que é a Festa de Nossa Senhora do Rocio”, afirma Sandro Ávila, diretor de Planejamento e Operações Logísticas da Klabin.

Klabin garante que não gerará impacto à Festa


Segundo a Klabin, a empresa possui o compromisso de não impactar a procissão da Festa de Nossa Senhora do Rocio com suas operações logísticas, já que a previsão para conclusão das obras no novo Terminal PAR-01, localizado dentro do Porto de Paranaguá, é para outubro deste ano e a festividade acontece em novembro. Por isso, a operação do terminal será interrompida por 2 dias durante o evento, evitando ocasionar impacto no trânsito devido ao viaduto por onde passa a romaria.

Ainda assim, o RAIPI Rocio foi elaborado por se tratar de uma condicionante referente ao processo de licenciamento ambiental do Terminal Portuário, recomendado pelo Iphan com o objetivo de identificar e analisar os impactos da obra e operação da Klabin no porto de Paranaguá na Festa do Rocio, devido sua importância para a igreja, devotos e comunidade do entorno e por estar em processo de registro como Patrimônio Imaterial”, explica a empresa.

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Novo Terminal PAR-01 está sendo construído e deverá ser finalizado em outubro, quando começará a operar. Foto: Divulgação