Luccas Abbage, filho de envolvida em Caso Evandro, foi morto em confronto com a polícia


Por Luiza Rampelotti Publicado 12/09/2022 às 15h39 Atualizado 17/02/2024 às 17h10

Luccas Abbage, de 32 anos, foi morto em confronto com a polícia no sábado (10), sete dias depois de uma fuga cinematográfica da Penitenciária Estadual de Dourados (MS). Ele recebeu os policiais que o procuravam em uma casa de Fátima do Sul (MS) a tiros, de acordo com a Polícia Militar.

O homem era filho de Beatriz Abbage, e neto da ex-primeira dama de Guaratuba, Celina Abbage, conhecidas pelo famoso “Caso Evandro”, em 1992, que teve repercussão nacional. O velório aconteceu nesta segunda-feira (12), na capela 3 do Cemitério Municipal Água Verde, em Curitiba. O enterro foi no mesmo local.

Luccas acumulava condenações que somavam 120 anos de prisão. O primeiro registro criminal dele consta de 2013, quando teria fugido do 9º Distrito Policial de Curitiba, após ser acusado de sequestro relâmpago. Dois anos depois, matou um adolescente de 16 anos após suposta briga de bar, e feriu outro.

No ano seguinte, ele fugiu da Penitenciária Central do Estado, em Piraquara, e acabou envolvido em outro homicídio, por suposta disputa por ponto de vendas de drogas em Curitiba. Condenado pelos dois homicídios, em 2019, ele estava preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, até fugir novamente, em abril deste ano.

Em junho, Luccas Abagge foi preso novamente ao entrar no Brasil por Ponta Porã (MS). Segundo informações da Polícia Militar da cidade, na ocasião, ele conduzia um Celta, com placas de Catalão (GO), e os faróis apagados chamaram a atenção. Ele usava documentos falsos com o nome de Evandro Oliveira Ribeiro, mas mesmo assim foi identificado.

Luccas estava preso em Dourados (MS) até o último dia 3, quando conseguiu fugir novamente, desta vez da Penitenciária Estadual de Dourados, o maior presídio do Mato Grosso do Sul. De acordo com a Polícia Civil, ele estaria em Fátima do Sul para montar plano de execução de sua ex-convivente, já que suspeitava que ela o teria denunciado quando ele foi capturado em Ponta Porã. Ele já teria comprado, inclusive, armas de fogo.

Caso Evandro

Coincidentemente ou não, como já citado, ao entrar no Brasil, em junho, Luccas estava com documentos falsos em nome de Evandro Oliveira Ribeiro. Porém, Evandro é o nome do menino morto em 1992, em Guaratuba, num caso que abalou o Brasil e ficou conhecido como “Caso Evandro” e “As Bruxas de Guaratuba”, envolvendo a família de Luccas.

A família que, na época, comandava Guaratuba, já que Aldo Abbage, esposo de Celina e pai de Beatriz, era prefeito da cidade, ficou conhecida pelo desaparecimento e morte do menino Evandro, de 6 anos, num suposto ritual.

Beatriz, mãe de Luccas, chegou a ser condenada pela morte da criança, teve perdão judicial e atualmente pede a revisão à Justiça. Numa série documental, ela relata ter sofrido tortura para confessar o crime. A avó, Celina, não chegou a ser condenada porque já tinha mais de 70 anos na época do julgamento.