Moradia Legal será implantado em Guaraqueçaba e deve regularizar mais de 1.600 imóveis na área urbana


Por Amanda Batista Publicado 12/05/2023 às 17h33 Atualizado 18/02/2024 às 11h14

Na quinta-feira (27), a prefeita de Guaraqueçaba, Lilian Ramos Narloch (PSC), formalizou a adesão do município ao Programa Moradia Legal, promovido pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). A iniciativa tem como objetivo regularizar áreas de ocupação irregular, com posse já consolidada, garantindo cidadania e dignidade aos moradores.

De acordo com a prefeita, o projeto foi apresentado à Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças e a adesão foi formalizada logo na primeira reunião junto aos representantes do TJPR. Segundo Lilian, a expectativa é que o município consiga regularizar 1.600 moradias na área urbana.

A princípio, será feito um levantamento das unidades habitacionais da área urbana, e, após esse passo, pretendemos regularizar toda região, como as áreas rurais e ilhas. Na parte urbana, devemos legalizar em torno de 1.600 moradias“, destaca a prefeita.

Prefeita Lilian oficializou adesão do município ao programa na quinta-feira (27). Foto: JB Litoral

Como vai funcionar


Atualmente, o município está na fase inicial de escolha da empresa que fará o procedimento de regularização. Neste primeiro momento, as tratativas são entre a empresa privada e o município, que firmarão um termo de cooperação e elaborarão o plano de trabalho a ser desenvolvido.

Durante esta primeira etapa, também haverá a apresentação de calendários e prazos, que variam de acordo com a área a ser regularizada. Após firmar a parceria, a gestão deve elencar as áreas que possuem as características do programa, que já precisam possuir, pelo menos, três serviços urbanos; como energia, saneamento e água encanada.

Além do mapeamento dos serviços, a prefeitura também faz um levantamento sobre a quantidade de imóveis cadastrados versus a quantidade de imóveis que, de fato, existem na área, a fim de calcular o total de propriedades irregulares. A sondagem é efetuada em conjunto com a empresa parceira.

A partir dos dados coletados, é realizada uma reunião nas áreas selecionadas com representantes do TJPR, membros de associações de bairros e integrantes do Poder Legislativo, a fim de explicar a importância do programa e o passo a passo da regularização.

Os interessados em aderir à iniciativa passam os documentos necessários para a gestão, que encaminha o procedimento para o judiciário. Se toda a documentação estiver em ordem, o processo é repassado para o TJPR, que pode emitir os títulos de propriedade aos beneficiários em seis meses.

Contudo, existem áreas que não podem ser regularizadas, e os três principais impedimentos são: quando se trata de área de preservação permanente (salvo em situações de posse já consolidada e com medidas de diminuição dos danos ambientais), área de risco ambiental e áreas que não possuem equipamentos urbanos mínimos, como energia elétrica ou água encanada.

Parceria entre TJPR e Prefeitura de Guaraqueçaba deve regularizar 1.600 moradias na área urbana

Benefícios do programa


O desembargador Abraham Lincoln Merheb Calixto foi o criador do Programa Moradia Legal e é seu coordenador no estado. Ele conta que a iniciativa é um grande passo para os municípios, pois evita despesas com cartório e regulariza a situação dos imóveis de forma célere.

O Programa Moradia Legal é um facilitador da regularização fundiária urbana e permite que áreas de ocupação irregular, com posse já consolidada, possam ser regularizadas e titularizadas a seus respectivos possuidores, o que reflete em valorização imobiliária, melhores condições de infraestrutura e a arrecadação dos tributos”, explica.

Ele ressalta que a regularização de áreas em situação de risco, áreas de preservação permanente e áreas de assentamento são temas que os prefeitos são pressionados a resolver, mas que o programa pode atuar como facilitador.

É uma grande ajuda porque o maior custo é a averbação da matrícula do imóvel, além da escritura de compra e venda. Essas pessoas em áreas irregulares terão a oportunidade de legalizar sua residência sem que haja despesa nenhuma da parte cartorial, inclusive com a prefeitura”, conclui.