Mortes por Covid-19 despencam em Paranaguá e Guaratuba


Por Redação Publicado 18/10/2021 às 07h22 Atualizado 16/02/2024 às 16h24
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Dados dos cartórios paranaenses registram uma grande mudança nos óbitos por Covid-19 nas cidades de Paranaguá e Guaratuba, as duas maiores do litoral.

Segundo especialistas, o número em queda progressiva se deve ao avanço da vacinação completa entre os mais jovens, que passaram a receber a dose de retorno entre agosto e outubro, além de uma diminuição entre a primeira (D1) e segunda aplicação (D2).

Com a proteção já completa dos mais velhos, havia uma tendência de crescimento de internações entre pessoas de entre 30 e 49 anos, principalmente devido a identificação da variante Delta, que já confirmou vítimas em Paranaguá e Guaratuba, inclusive uma criança de 9 anos.

O banco de dados dos cartórios é atualizado em 15 dias após o envio das informações, por isso, ainda pode haver alguma variação positiva referente aos números divulgados.

Dados de Paranaguá:

MêsÓbitos por Covid-19 em Paranaguá
Abril 20204
Maio 20203
Junho 20208
Julho 202050
Agosto 202029
Setembro 202025
Outubro 202010
Novembro 202019
Dezembro 202046
Janeiro 202127
Fevereiro 202135
Março 2021105
Abril 202190
Maio 202185
Junho 202190
Julho 202136
Agosto 20218
Setembro 20216

Em Paranaguá, março apresentou mais de 100 mortes por mês. Em setembro, os dados do momento apontam para apenas 6, ou seja, é uma diminuição de 94% das mortes confirmadas na cidade.

2020 terminou com a média de 25 mortes entre os 3 últimos meses do ano. Já a média do início de 2021 aponta para um número ainda maior: 55 mortes de média. Já entre julho e agosto do ano atual, o dado é de 16 mortes, então o total de falecimentos que esse segundo semestre tem registrado em três meses, é proporcional às mortes de apenas 9 dias no pior momento da pandemia, entre janeiro e março de 2021.

Procurado para comentar os dados, a prefeitura de Paranaguá não respondeu até o fechamento dessa reportagem.

Dados de Guaratuba:

MêsÓbitos por Covid-19 em Guaratuba
Abril 20200
Maio 20200
Junho 20200
Julho 20201
Agosto 20208
Setembro 20209
Outubro 20203
Novembro 20200
Dezembro 20205
Janeiro 20217
Fevereiro 202119
Março 202143
Abril 202116
Maio 202111
Junho 20218
Julho 20216
Agosto 20214
Setembro 20212

Em Guaratuba, a principal diferença é notável conforme os mais idosos tomavam a 2ª dose e o público geral começava o processo de imunização, já que de fevereiro a maio, as mortes passavam das casas das dezenas, principalmente março, quando houve 43 falecimentos, a maior índice municipal.

A partir de junho, as mortes caíram gradativamente até atingir patamares menores que no início da pandemia. Se comparado o mês com mais mortes, março de 2021 (43), com os últimos dados relatados, setembro (2), a redução é de 90% dos óbitos.

Março teve, em média, mais de 1 morte por dia, chegando a ter situações em que o próprio total de setembro de 2021 foi batido duas vezes, em um único dia.

O secretário de Saúde de Guaratuba, Gabriel Modesto relata que é gratificante ver os números. “Você vê o avanço da vacinação com uma grande adesão da população. Estamos com 90% de 18 anos ou mais já vacinada. Quase 65% da população adulta com as duas doses. O público dos adolescentes está com a metade com o processo vacinal já iniciou. Então, com isso, estamos com 88% da população com 12 anos ou mais já vacinados. O reflexo é a redução de mortes e redução de casos graves. Com isso, desmobilizamos o pronto socorro em hospital de campanha. Estávamos com uma estrutura grande, mas com um número pequeno de pacientes. Agora está o pronto socorro como era antes da pandemia. Isso é muito gratificante. Tudo isso é sinal de que com o avanço da vacinação, a gente vai vencer a pandemia. O Covid-19 vai ser incorporado na nossa vida, mas não produzindo aqueles pacientes graves que tivemos nos últimos meses“, comenta.

Mesmo com a redução significativa de internamentos e principalmente de óbitos, os cuidados e prevenção como distanciamento social, utilização de máscaras e higienização das mãos seguem sendo necessários para garantir que a taxa de transmissão caia ainda mais. Profissionais da saúde recomendam que haja uma imunização coletiva, com 3 a cada 4 pessoas completamente imunizadas para que as autoridades comecem a avaliar a desobrigação das regras mais rígidas.