Mortes por Covid-19 despencam em Paranaguá e Guaratuba
Dados dos cartórios paranaenses registram uma grande mudança nos óbitos por Covid-19 nas cidades de Paranaguá e Guaratuba, as duas maiores do litoral.
Segundo especialistas, o número em queda progressiva se deve ao avanço da vacinação completa entre os mais jovens, que passaram a receber a dose de retorno entre agosto e outubro, além de uma diminuição entre a primeira (D1) e segunda aplicação (D2).
Com a proteção já completa dos mais velhos, havia uma tendência de crescimento de internações entre pessoas de entre 30 e 49 anos, principalmente devido a identificação da variante Delta, que já confirmou vítimas em Paranaguá e Guaratuba, inclusive uma criança de 9 anos.
O banco de dados dos cartórios é atualizado em 15 dias após o envio das informações, por isso, ainda pode haver alguma variação positiva referente aos números divulgados.
Dados de Paranaguá:
Mês | Óbitos por Covid-19 em Paranaguá |
Abril 2020 | 4 |
Maio 2020 | 3 |
Junho 2020 | 8 |
Julho 2020 | 50 |
Agosto 2020 | 29 |
Setembro 2020 | 25 |
Outubro 2020 | 10 |
Novembro 2020 | 19 |
Dezembro 2020 | 46 |
Janeiro 2021 | 27 |
Fevereiro 2021 | 35 |
Março 2021 | 105 |
Abril 2021 | 90 |
Maio 2021 | 85 |
Junho 2021 | 90 |
Julho 2021 | 36 |
Agosto 2021 | 8 |
Setembro 2021 | 6 |
Em Paranaguá, março apresentou mais de 100 mortes por mês. Em setembro, os dados do momento apontam para apenas 6, ou seja, é uma diminuição de 94% das mortes confirmadas na cidade.
2020 terminou com a média de 25 mortes entre os 3 últimos meses do ano. Já a média do início de 2021 aponta para um número ainda maior: 55 mortes de média. Já entre julho e agosto do ano atual, o dado é de 16 mortes, então o total de falecimentos que esse segundo semestre tem registrado em três meses, é proporcional às mortes de apenas 9 dias no pior momento da pandemia, entre janeiro e março de 2021.
Procurado para comentar os dados, a prefeitura de Paranaguá não respondeu até o fechamento dessa reportagem.
Dados de Guaratuba:
Mês | Óbitos por Covid-19 em Guaratuba |
Abril 2020 | 0 |
Maio 2020 | 0 |
Junho 2020 | 0 |
Julho 2020 | 1 |
Agosto 2020 | 8 |
Setembro 2020 | 9 |
Outubro 2020 | 3 |
Novembro 2020 | 0 |
Dezembro 2020 | 5 |
Janeiro 2021 | 7 |
Fevereiro 2021 | 19 |
Março 2021 | 43 |
Abril 2021 | 16 |
Maio 2021 | 11 |
Junho 2021 | 8 |
Julho 2021 | 6 |
Agosto 2021 | 4 |
Setembro 2021 | 2 |
Em Guaratuba, a principal diferença é notável conforme os mais idosos tomavam a 2ª dose e o público geral começava o processo de imunização, já que de fevereiro a maio, as mortes passavam das casas das dezenas, principalmente março, quando houve 43 falecimentos, a maior índice municipal.
A partir de junho, as mortes caíram gradativamente até atingir patamares menores que no início da pandemia. Se comparado o mês com mais mortes, março de 2021 (43), com os últimos dados relatados, setembro (2), a redução é de 90% dos óbitos.
Março teve, em média, mais de 1 morte por dia, chegando a ter situações em que o próprio total de setembro de 2021 foi batido duas vezes, em um único dia.
O secretário de Saúde de Guaratuba, Gabriel Modesto relata que é gratificante ver os números. “Você vê o avanço da vacinação com uma grande adesão da população. Estamos com 90% de 18 anos ou mais já vacinada. Quase 65% da população adulta com as duas doses. O público dos adolescentes está com a metade com o processo vacinal já iniciou. Então, com isso, estamos com 88% da população com 12 anos ou mais já vacinados. O reflexo é a redução de mortes e redução de casos graves. Com isso, desmobilizamos o pronto socorro em hospital de campanha. Estávamos com uma estrutura grande, mas com um número pequeno de pacientes. Agora está o pronto socorro como era antes da pandemia. Isso é muito gratificante. Tudo isso é sinal de que com o avanço da vacinação, a gente vai vencer a pandemia. O Covid-19 vai ser incorporado na nossa vida, mas não produzindo aqueles pacientes graves que tivemos nos últimos meses“, comenta.
Mesmo com a redução significativa de internamentos e principalmente de óbitos, os cuidados e prevenção como distanciamento social, utilização de máscaras e higienização das mãos seguem sendo necessários para garantir que a taxa de transmissão caia ainda mais. Profissionais da saúde recomendam que haja uma imunização coletiva, com 3 a cada 4 pessoas completamente imunizadas para que as autoridades comecem a avaliar a desobrigação das regras mais rígidas.