Não era lenda: as obras que saíram do papel no Porto de Paranaguá
Entre as celebrações de 87 anos de aniversário do porto de Paranaguá está a comemoração do rol de obras realizadas recentemente e, também, das previstas para os próximos meses, um conjunto que têm potencial para mudar o perfil da unidade e permitir mais expansões. O diretor-presidente da empresa pública Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva, não esconde que está feliz por ter conseguido, junto com a equipe, desengavetar propostas que se arrastavam há muito tempo.
O exemplo mais evidente é a realização da derrocagem – implosão de rochas submersas na baía. Ele comenta que esse serviço vinha sendo debatido há duas décadas e que muitas pessoas não achavam que seria mesmo executado. Garcia, no entanto, destaca que a retirada das pedras foi feita e sem causar problemas, como vinha sendo aventado.
Outra obra que fazia parte apenas do imaginário, mas que pouca gente achava possível ser viabilizada, é o chamado Moegão, sistema de descarga ferroviário que deve agilizar as operações. A intervenção está orçada em cerca de meio bilhão de reais e está com o edital aberto, podendo começar a funcionar em dois anos. Também entre os projetos viabilizados, está a demolição do chamado silinho, que está em fase final e deve abrir espaço de circulação. O diretor-presidente salienta que essa série de realizações representa um conjunto robusto de investimentos, que extrapolam o porto organizado e chegam, por exemplo, às vias de acesso, com a construção de viadutos e revitalização de avenidas, como a Bento Munhoz da Rocha.
Canteiro de obras
O ano de 2022 deve ser marcado por vários arrendamentos que estão previstos, como o PA32, de cargas gerais, que deve ir a leilão na Bolsa de Valores no final do mês. Outros estão em fase se audiência pública ou de edital. A agilidade nos arrendamentos foi um dos reflexos da autonomia administrativa, sendo o primeiro do Brasil autorizado a realizar os próprios processos licitatórios. Assim, os procedimentos não precisam mais depender de autorizações em Brasília.
Para 2022, também deve sair a sinalização sobre a possibilidade de concessão à iniciativa privada do canal de acesso aos portos – dessa forma, uma empresa poderia ficar responsável pela dragagem e cobrar pelo serviço. Contudo, isso ainda não está definido e também quais serviços estariam contemplados e a modelagem de viabilização estão sendo desenhados por um estudo prévio da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal federal.
Principais obras e serviços realizados em 2019
– Construção de Viaduto na BR-277 – R$ 12.880.562,54
– Início do Programa de dragagem de manutenção continuada – R$ 16.239.730,64 (no 1º ano)
Principais obras e serviços realizados em 2020
– Ampliação do cais e a modernização do berço 201 – R$ 177.587.412,41
– Trapiches de Encantadas e Nova Brasília – R$ 9.570.142,42
– Recuperação da Av. Bento Rocha R$ 14.665.313,88
– 2º ano de dragagem de manutenção continuada – R$ 99.414.161,23
Principais obras e serviços realizados em 2021
– Derrocagem das Pedras da Palangana – R$ 26 milhões
– 3º ano de dragagem de manutenção continuada- R$ 32,13 milhões
– Investimento em proteção contra Covid-19 – R$ 14 milhões
– Dragagem dos dolfins (estrutura de amarração) do berço 219 – R$ 28,2 milhões