O maior produtor de plantas do Estado está bem pertinho – no pé da serra, em Morretes
Por Luiza Rampelotti
O último Censo Agropecuário realizado no Brasil, em 2017, mostrava que existiam mais de 16 mil estabelecimentos que trabalhavam com floricultura no país. Entre eles, 838 estavam localizados no Paraná. De lá para cá, não há nenhuma atualização oficial com relação aos números, porém, sabe-se que, por conta da pandemia do coronavírus, diversos empreendimentos fecharam as portas.
No litoral do Estado, a cidade que mais produz flores é Morretes. Lá, está instalado o maior produtor da planta bambu-da-sorte (Dracaena Sanderiana) do Paraná: o empresário Luiz Kasmiroski, proprietário da GK Plantas e Flores. Ele possui uma área de mais ou menos 30 mil metros quadrados (mt²), totalmente dedicada à produção de plantas, flores e frutíferas.
Kasmiroski é produtor desde a década de 1980. São mais de 40 anos de experiência, mas o amor pelas plantas é um ainda um pouco mais antigo. “Na década de 70 fui funcionário da Chácara Flor da Suíssa, onde aprendi e me apaixonei pelo ramo produtivo de plantas, flores e frutíferas. Nos anos 80 abri minha própria produção e, até hoje, junto a minha família, cultivamos e atendemos o mercado Sul e Sudeste do Brasil”, relembra.
Atividade em família
A empresa é administrada pela família Kasmiroski, já que o amor pelas plantas foi passado de pai para filhos. Os filhos do empresário, Suziane, Erick, Elisson, além de neta, genro e nora, e demais colaboradores, trabalham no local.
A atividade é o que garante o sustento da família. “Nossa família e a de nossos colaboradores dependem desse setor tão compensador. Digo compensador porque, além de trabalharmos em harmonia com a natureza, fazendo com que ela se propague nos espaços e ambientes, geramos emprego e renda na sociedade”, diz.
Porém, o produtor Luiz revela que o cultivo de plantas e flores vai muito além de somente retorno financeiro. “É uma terapia. Cultivar é o meu bem-estar. É cansativo, sim, mas o retorno para a saúde e mente é recompensador”, conta.
No início, a produção era pequena, situada no pé da serra, em Morretes, às margens da BR 277, no bairro Rio Sagrado. “As águas desse rio abençoado me proporcionaram cultivar belíssimas plantas e flores, o que me possibilitou, com a comercialização, criar meus filhos e sustentar minha família”, diz.
Com o cultivo do bambu-da-sorte, a empresa conseguiu acessar diversos setores varejistas e atacadistas do Paraná, levando o nome da cidade de Morretes para outros locais. “Apresentamos um produto de qualidade A e com cultivo orgânico, não usamos agrotóxicos e, como consequência, contribuímos com o meio ambiente. Nosso produto leva na sua identidade a nossa amada cidade, com isso, contribuímos também com a sua divulgação”, comenta.
Vendas cresceram na pandemia
Na contramão das estatísticas econômicas do país, que mostram que vários setores comerciais tiveram queda nas vendas, o empreendimento familiar de Kasmiroski conseguiu se reinventar e renascer. “Não podemos dizer que fomos afetados pela pandemia, pelo contrário, nossas vendas aumentaram, pois desenvolvemos estratégias para que os nossos produtos continuassem girando no mercado”.
Essas estratégias são o que permitem que a empresa seja tão conceituada no Paraná, com sua boa reputação se estendendo até mesmo por outros Estados, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo, que são abastecidos pela produção local de Morretes. Além disso, a rede de supermercados e hipermercados Muffato Max também é suprida com plantas e flores do produtor.
Dia das Mães
Maio é um mês muito bom para o caixa da empresa, uma vez que o Dia das Mães (09), historicamente, movimenta o mercado das flores no país inteiro. “A data representa um aumento de até 50% em vendas, em comparação com os demais períodos”, afirma Luiz.
Porém, nesse ano, a data não foi tão feliz para a família Kasmiroski. “Perdemos, há pouco tempo, a nossa matriarca, Benelí Bueno Kasmiroski, para a leucemia. Minha esposa foi uma das grandes responsáveis por fazer essa empresa crescer”, lamenta.
“Mas o brilho e a vontade de lutar que ela nos deixou, possibilitou que continuássemos lutando por nosso dom, que é cuidar da natureza”, conclui Luiz Kasmiroski.