Patrulha Costeira: única no Brasil, garante segurança, proximidade com a comunidade e combate ao crime nas ilhas do Litoral


Por Luiza Rampelotti Publicado 07/12/2023 às 14h22 Atualizado 19/02/2024 às 06h58

No extenso litoral brasileiro, o Paraná se destaca como o único estado a abrigar um pelotão de Patrulha Costeira da Polícia Militar, uma força única e fundamental para atender as comunidades ribeirinhas e combater o crime organizado na região.

No Litoral do Paraná existem 57 ilhas, divididas entre os territórios dos sete municípios. Contudo, o pelotão atua em 39, onde moram mais de 10 mil pessoas que nunca tiveram acesso aos serviços de polícia do Estado.

Essas pessoas nunca tiveram acesso à segurança pública, a qualquer força do Estado que seja. E costumo dizer que nosso trabalho é mais do que levar a segurança pública, mas, sim, sermos o único braço do Estado que chega até essas comunidades”, diz o tenente Vinicius Szlanda, comandante do pelotão.

Historicamente, o litoral paranaense enfrentou uma demanda significativa de atendimento às comunidades ribeirinhas, localizadas em ilhas de difícil acesso. Apenas há quatro anos, após a criação da Patrulha Costeira, sediada no 9º Batalhão da Polícia Militar, em Paranaguá, que essa situação começou a mudar.

Além disso, o foco do pelotão é o trabalho de proximidade comunitária. Foto: Rafael Pinheiro/JB Litoral


Origem


A origem do pelotão se deu após o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) apreender duas embarcações com três toneladas de cocaína em Guaratuba. Depois de a PM solicitar o perdimento judicial dos barcos e o juiz deferir a solicitação, eles foram incorporados ao serviço policial, dando início à Patrulha Costeira em 10 de agosto de 2019.

Inicialmente focada no atendimento às ilhas, o pelotão adaptou sua atuação à realidade da região, considerando a situação portuária e o crescimento das organizações criminosas. Atualmente, a unidade divide suas ações entre o atendimento às comunidades ribeirinhas e o combate amplo ao crime organizado, especialmente ao tráfico internacional de drogas, atuando em operações conjuntas com as demais forças de segurança.

O tenente Szlanda destaca a abordagem preventiva da Patrulha Costeira, que realiza diariamente trabalhos de proximidade com a população nas ilhas. “Em dias sem ocorrências, a unidade se desloca para as comunidades, seguindo um planejamento específico baseado nas demandas locais. Se um líder comunitário relata problemas com perturbação de sossego, por exemplo, a Patrulha Costeira organiza uma visita prévia para estabelecer contato com a comunidade e fornecer suporte para situações específicas”, explica.

Aproximação com a comunidade


Atualmente, 23 militares compõem o efetivo da unidade. O cabo Thyago Jevinski de Vasconcelos é um dos policiais que atuam no pelotão desde a sua criação.

Ele destaca o trabalho de proximidade comunitária realizado pela patrulha. “Essa aproximação com a comunidade é muito importante porque, muitas vezes, essas pessoas não têm como receber os serviços da polícia. Então, ao estarmos frequentemente nestes locais, acabamos conhecendo as demandas e principais necessidades, criando vínculos com a comunidade, trocando contatos e, assim, acompanhando o dia a dia nas ilhas”, conta.

Além disso, ele reforça que as ações preventivas têm sido o foco da unidade, buscando conscientizar a população sobre crimes e infrações, mantendo a presença da Polícia Militar nestas áreas afastadas e aumentando a sensação de segurança.