Projetos de restauro do Santuário Nossa Senhora do Pilar e do Salão Paroquial da igreja, em Antonina, estão em andamento

O Santuário Nossa Senhora do Pilar, em Antonina, deve receber, em breve, os projetos para a restauração da Igreja Matriz e do Salão Paroquial, que se encontram em condições precárias, principalmente, devido ao telhado, que ocasiona infiltração de água da chuva nas edificações. Com os planos em mãos, a igreja pode buscar recursos para a execução das obras necessárias.

Na segunda-feira (3), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Paraná (IPHAN-PR) e a empresa Paiol Arquitetura e Restauro se reuniram com a comunidade para apresentar o andamento da atualização do diagnóstico e do projeto de restauro arquitetônico, bem como dos complementares para a Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar. O serviço contratado pelo instituto está sendo bancado por recursos destinados através de emenda parlamentar da ex-deputada federal Christiane Yared (PP), no valor de R$ 278.264,24.

No entanto, vale destacar que ele não prevê a execução de obras, apenas os estudos necessários para que, então, futuramente, seja possível realizar as adequações e as reformas. Sem os projetos completos e atualizados não é possível, por lei, iniciar uma obra deste porte.

IPHAN cuidou das contratações

Segundo o membro do Conselho Administrativo e Econômico (CAE) do Santuário, Germano Plasamnn Júnior, outras reuniões serão feitas ao longo do contrato, que dura até janeiro de 2024, para que a empresa discuta com a comunidade sobre as necessidades da igreja e, ainda, apresente o andamento dos planos.

Outro projeto que está sendo realizado é o de restauro do Salão Paroquial, pela empresa SANETEC – Saneamento e Serviços Técnicos de Engenharia, no valor de R$ 171,733,37. Ambas foram contratadas pelo IPHAN, que também decidiu que o recurso obtido pela emenda (no total de quase R$ 450 mil) seria utilizado para custear esses trabalhos.

“Tudo começou com a emenda destinada pela deputada Yared para reforma do Salão Paroquial, pois o telhado havia caído. O dinheiro foi depositado na conta do IPHAN e, diante do prazo que eles tinham para utilização do valor, o instituto optou por, ao invés de fazer o projeto e a cobertura do salão, realizar os dois projetos necessários, um mais completo para o Salão e a renovação do projeto da Igreja Matriz. Então, toda a verba foi destinada para esses dois estudos, nada caiu na conta da igreja”, explica Germano.

Os projetos

Os dois planos em execução são completos, isto é, preveem a reforma total das estruturas. No caso da Igreja Matriz, o projeto engloba, também, a pintura, restauração, telhado e climatização dos ambientes.

“Serão atualizados o diagnóstico do estado de conservação da Igreja Matriz, que piorou muito desde a elaboração do projeto original, em 2015, e complementação da pesquisa sobre o telhado. Na sequência será desenvolvido o estudo preliminar com as propostas de intervenção para solucionar os problemas encontrados. Aprovado o estudo preliminar junto ao IPHAN, comunidade, e demais órgãos (Prefeitura, Estado etc.), será desenvolvido o anteprojeto e, na sequência, projetos executivos arquitetônico e complementares (estrutural, elétrico, instalações mecânicas, sistema de proteção contra descargas atmosféricas, luminotécnico, sonorização, hidrossanitário, águas pluviais, plano de segurança contra incêndio e pânico)”, explica o IPHAN.

Após a definição de todos os projetos, será desenvolvida a planilha orçamentária detalhada e atualizada, assim como um cronograma físico-financeiro que reflitam os custos e duração da obra, e que subsidiarão a solicitação dos recursos financeiros para sua execução.

No Salão Paroquial, a empresa contratada já fez a limpeza da edificação para que a equipe conseguisse acessar o local e realizou a pesquisa histórica sobre o bem, o levantamento cadastral e o diagnóstico do prédio. Em seguida, será feito o estudo preliminar que, após aprovação do IPHAN, Prefeitura e apreciação do CAE, dará sequência as fases de desenvolvimento do anteprojeto arquitetônico, projeto executivo e complementares, bem como planilha orçamentária e cronograma físico-financeiro para subsidiar a busca por recursos e possibilitar o processo licitatório para a execução da obra.

“Nos próximos meses, deve ter uma nova reunião para apresentação de um pré-projeto bem completo sobre o Salão Paroquial, que conta com estrutura de cozinha, novos banheiros, acessibilidade, além do telhado que é a nossa maior preocupação”, esclarece Germano.

Para as obras, igreja precisa que alguém “abrace a ideia”

Ele conta que, com a conclusão dos projetos, a prioridade da igreja é reformar o telhado do prédio, que atualmente se encontra bem deteriorado. Contudo, para isso, o Santuário Nossa Senhora do Pilar precisaria ser “abraçado” por políticos e/ou empresas que acreditem na ideia e patrocinem as obras.

“A expectativa sempre é grande, mas a gente sabe que é utopia. A reforma da Matriz, por exemplo, deve ser um custo de mais de R$ 3 milhões, e a igreja não tem isso em caixa, nem 10% disso. Então, se depender de recursos da igreja, isso não deve acontecer. Mas se conseguirmos alguém que abrace a ideia, pelo menos o projeto já temos, e poderíamos iniciar a obra”, reflete.

A restauração da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas em 2013, sendo um dos oito projetos desenvolvidos no Paraná. Em 2015, o IPHAN contratou o desenvolvimento do estudo para o restauro.

No entanto, o órgão afirma que, em decorrência das fortes restrições orçamentárias enfrentadas pelo instituto ao longo dos últimos anos, a obra não foi realizada e as condições físicas da igreja pioraram em decorrência da falta de conservação, de modo que o projeto ficou desatualizado. Por isso, um novo estudo foi contratado.  

“A realização das obras demanda o desenvolvimento de projetos e orçamentos detalhados, para que se possa pleitear os recursos necessários para sua execução. Ao final das contratações agora em andamento, teremos condições de solicitar recursos para a intervenção nesses edifícios, mas dependemos da liberação de orçamento pelo Governo Federal ou da destinação de outras emendas parlamentares. Por esse motivo é fundamental que a população participe ativamente dessa mobilização e cobre de seus parlamentares eleitos a ampliação dos recursos orçamentários destinados ao IPHAN”, conclui o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Paraná