Representantes do litoral defendem obras da Orla de Matinhos em debate do IEP


Por Marinna Prota Publicado 29/10/2021 às 09h54 Atualizado 16/02/2024 às 17h38

Na noite de quinta-feira (28) um debate técnico foi promovido pelo Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) e o Movimento Pró-Paraná, de maneira online, para discutir aspectos de engenharia, ambientais, jurídicos e sociais da Obra de Recuperação da Orla de Matinhos, bem como os impactos do investimento para todo o litoral paranaense. Representantes da região defenderam as obras e apontaram o estado de Santa Catarina como um exemplo a ser seguido.

Dentre os discursos, um consenso: a infraestrutura do litoral do estado vive um estado de abandono que atinge diretamente a sua população, afetando a geração de renda e de empregos e a qualidade de vida.  O presidente da Comissão de Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável OAB-PR, Heroldes Bahr Neto, afirmou que tanto o meio ambiente quanto o desenvolvimento sustentável são tidos como direitos e garantias fundamentais pela Constituição, e que a ONU estabeleceu em 1986 que o direito ao desenvolvimento é um “direito humano inalienável, em virtude do qual todo ser humano e todos os povos tem direito de participar, usufruir e gozar”. Porém, o abandono do litoral seria um desrespeito essas garantias fundamentais.

Para o deputado estadual Nelson Justus, que representou o Legislativo no evento, há um “radicalismo infantil” que prejudica o desenvolvimento do estado, e a obra do engordamento da Orla de Matinhos pode significar um marco para o litoral – assim como a vinda da Renault foi para a industrialização do estado. “Essa obra é emblemática. Atrás dela, podemos enxergar a ponte de Guaratuba, a duplicação da estrada Garuva-Guaratuba, a estrada de Guaraqueçaba. Por isso nós torcemos para essa obra, cujo projeto foi construído por ótimos profissionais e com os maiores cuidados possíveis”, pontuou o deputado.

Já o diretor de Urbanismo de Matinhos, Maurício Piazzetta, fez um apelo comparando a cidade paranaense com o exemplos mais próximos do que a administração municipal deseja fazer. “Camboriú tem uma roda gigante e um teleférico no meio da Mata Atlântica. Jurerê e Piçarras também já estão com projetos para novas engordas. Em Canasvieiras, a engorda já foi feita. Não podemos mais conviver com isso, porque Matinhos, sem a praia, não é nada“, desabafou Piazzetta.

O processo licitatório da obra de engorda da Orla de Matinhos enfrenta vários entraves judiciais e ainda não possui data para que as obras tenham início.

Confira o debate na íntegra