SOS Litoral do Paraná: municípios se reúnem e cobram solução para a BR-277
Com chuva, bloqueios parciais na BR-277, em Morretes, e bloqueios totais da BR-376 e Estrada da Graciosa (novamente reabertas durante a noite), a tarde desta segunda-feira (13) representou o problema que está afetando o Litoral há quase cinco meses, mas que vem se agravando. E foi com esse cenário que prefeitos da região, representantes de diversos setores ligados à atividade portuária, além de vereadores e secretários municipais, se reuniram, em Paranaguá, para cobrar uma posição em relação às rodovias que dão acesso à região, sobretudo a BR-277. Durante a reunião, os líderes formularam um manifesto, cuja versão final foi divulgada na noite desta segunda.
AJUDA DO GOVERNO FEDERAL
Quem abriu a reunião foi o prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque (Podemos), que também falou em nome da Associação dos Municípios do Litoral do Paraná (Amlipa), da qual é o atual presidente. Roque detalhou quais os principais impactos dos danos registrados nos acessos ao Litoral. “Falta muito na questão da manutenção, porque sabemos que uma nova concessão vai demorar. Impacta na saúde, dificultando muito o acesso à capital. Sofrem todas as cidades, com as perdas no turismo, no impacto nos portos daqui de Paranaguá e de Antonina. Aqui na cidade o impacto é muito forte porque 70% do nosso ISS está ligado ao porto“, disse na abertura da reunião.
O prefeito convocou aos municípios da região a cobrarem um posicionamento do Governo Federal. “Nós precisamos levar isso até Brasília e dizer que nós precisamos da BR, com manutenção urgente. Não tem como ficar seis, sete horas numa fila. Então, trouxemos uma carta de manifesto com todos os segmentos do Litoral, nós precisamos urgente, e esse apelo terá o nome de SOS BR-277, SOS Litoral do Paraná“, falou Marcelo Roque, antes de passar a palavra aos demais prefeitos que compareceram à reunião.
AGRICULTURA, TURISMO E ATITUDE
O prefeito de Morretes, Sebastião Brindarolli Junior (PSD), revelou que alguns setores da cidade estão sendo prejudicados pelas dificuldades de acesso, entre eles, a agricultura.
“Além dos nossos pacientes, também temos muitos agriocultores que não conseguem levar sua produção para a Ceasa. Impactos também no turismo, aumento já sentido no valor da alimentação, devido ao encarecimento do transporte, e as estradas secundárias do município que estão sendo usadas como uma tentativa de chegar ao destino, o que também vem causando transtornos no município“, detalhou Brindarolli. “Algo tem que ser feito imediatamente, porque mesmo com o Governo do Estado assumindo uma parte dos reparos, vários outros problemas estão surgindo e o Governo Federal tem que agir“, concluiu.
Já o prefeito de Pontal do Paraná, Rudisney Gimenes Filho (MDB), o Rudão Gimenes, afirmou que as cidades da região esperaram para fazer o manifesto, na esperança de que o problema fosse resolvido.
“Estávamos postergando esse protesto, mas o problema só aumentou. Pontal precisa muito do turismo e vemos esse déficit, precisamos ter mobilidade. Todos os acessos prejudicados encarecem o frete, aumenta preços dos alimentos, dos materiais de construção, prejudica tudo e provoca essa calamidade“, lamentou.
Para José Paulo Vieira Azim (PSD), o Zé Paulo, prefeito de Antonina, é o momento de os municípios do Litoral mostrarem, ainda mais, a união.
“Temos essa política constante de união e agora, novamente, nos apoiamos nessa dificuldade. Observamos a vontade do Governo do Estado, mas precisamos que haja essa solução e a garantia de uma manutenção que traga segurança para toda a região“, pontuou.
O DOCUMENTO
A carta foi divulgada no começo da noite desta segunda (13), com um resumo das considerações feitas por todos os presentes. O documento será enviado para o Governo Federal com cópia ao Governo do Paraná, com o título SOS BR-277 – SOS Litoral do Paraná.
