Secretária prejudica recicladores e diz ​que promotora sugeriu fechamento da Associação, denuncia presidente


Por Redação JB Litoral Publicado 20/11/2016 às 16h08 Atualizado 14/02/2024 às 17h08

Secretária tem discriminado Associação por causa do presidente. Foto/PMP

Inconformados com o tratamento diferenciado por parte da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), em agosto deste ano, recicladores e catadores de resíduos da Associação dos Recicladores Maranata, localizado no Bairro Vila Santa Maria, em Paranaguá, buscaram o JB e denunciaram esta discriminação feita pela titular da pasta, Adriana Albini.

Na época, segundo o Presidente da entidade, Wesley Gregory Gonçalves de Mattos, reclamava da não retirada de produtos inservíveis e a ausência do serviço de coleta seletiva.
 

Presidente Wesley e parte da equipe da Associação Maranata. Foto/JB

A cooperativa, que atua há oito meses na localidade, possui cerca de 30 associados, que trabalham diariamente com a separação e reciclagem do lixo, atividade que garante renda para sustento das famílias do bairro.

De acordo com o presidente, a entidade solicitou junto a SEMMA, a inserção da Associação Maranata no Programa de Coleta Seletiva e também a retirada do lixo.

Porém, após várias negociações amigáveis com o ex-secretário e a atual, Adriana Albini, que ao assumir a pasta sequer conhecia a existência da Associação, a situação não teve perspectiva de solução.  

Todavia, a secretária se propôs a ajudar a Associação logo no início, ainda no mês de agosto, mas acabou negando fazer a inclusão e tampouco ajudá-los na orientação de como serem inseridos no Programa sob a alegação de que a entidade não possuía reconhecimento legal.

Antes, porém, Wesley conta que possui toda a parte documental prevista em cartório para a regulamentação e que o único documento que falta é a licença do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Nesta época, a Adriana Albini disse que iria ajudá-los e marcaria uma reunião com o Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMMA) pedindo que a Associação fosse inserida na pauta do COMMA, o que não aconteceu, inclusive em uma segunda reunião. Após isto, o presidente ligou para a secretária, a qual foi taxativa ao dizer que a Maranata não receberia nada do Programa de Coleta Seletiva. Segundo o presidente, ela disse ainda que a promotora sugeriu que a Associação fosse fechada. Algo que ele considerou um absurdo.

 

TAC e Paviservice

Questionado a respeito do motivo de toda esta retaliação, que vem ocorrendo após a reportagem do JB, o presidente disse que saiu um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que a secretária se recusou passar o número do protocolo, onde as associações antigas, agora, estão recebendo uma verba relacionada ao TAC, e Adriana Albini não quer a inclusão da Associação.

O presidente disse ainda que a secretária admitiu estar fazendo algo irregular ao permitir que a empresa Paviservice, que ganha para retirar o lixo da cidade, não execute este tipo de serviço.

Segundo Wesley uma empresa contratada com recursos repassados pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), destinado ao combate a dengue, é que está recolhendo do lixo reciclável.
 

“Fomos descriminados até pela Paviservice que tem obrigação moral em fazer o serviço, além de todo este processo que ela (Adriana) está tentando enrolar a Associação”, dispara o presidente.
 

O objetivo da Associação prossegue Wesley, é apenas de entrar no Programa de Coleta Seletiva e na verba do TAC.

Ele acredita que esta atitude da secretária é algo pessoal, uma vez que a secretária tentou coagir uma das recicladoras da Maranata trabalhando na Festa do Rocio dizendo que “enquanto ele for o presidente da associação, a Secretaria não irá ajudá-las em nada”. Nesta semana o JB irá procurar a Secretaria de Meio Ambiente para saber sua versão sobre esta situação.