Túnel e nova rodovia – o contorno de Guaratuba – são propostas para desviar interdições de pista no Litoral


Por Redação Publicado 16/02/2023 às 20h26 Atualizado 18/02/2024 às 05h00
Proposta de construção de nova rodovia, com necessidade de túnel, seria opção de desvio para garantir acesso a Paranaguá e não ficar refém em caso de deslizamentos nas BR 277 e 376. Projeto está no PELT 2035, conjunto de obras sugeridas pelo setor produtivo para diminuir gargalos logísticos no estado.

Uma alternativa para garantir o acesso ao Porto de Paranaguá e escapar das interdições por deslizamento de encostas, como aconteceram nos últimos meses nas BRs 376 e 277, seria a construção de uma rodovia, que está sendo chamada de Contorno da Baía de Guaratuba. A proposta faz parte do documento PELT 2035, que propõe as obras mais importantes para os próximos 12 anos no Paraná. No trajeto de 25 quilômetros entre Garuva e o distrito de Cubatão hoje existe uma estrada de chão, que precisaria ser pavimentada. De Cubatão até a Colônia Pereira seria necessário abrir o caminho em meio à Mata Atlântica, com percurso de 15 quilômetros. A partir dali haveria a ligação com a Alexandra-Matinhos.

A proposta foi apresentada na terça-feira (14) durante reunião do movimento Pró-Paraná, uma organização de lideranças que busca contribuir com os rumos do estado. Informações extraoficiais dão conta de que os governos estadual e federal já foram acionados para debater a necessidade da obra. Para João Arthur Mohr, consultor de logística da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), à frente do PELT, a urgência da construção se mostrou evidente. “O grande problema que temos hoje é apenas um acesso a Paranaguá, que é pela BR-277. Em 2011, por causa das chuvas, duas pontes ruíram e o tráfego ficou impedido. Agora, com deslizamentos, tivemos também problemas de interdição. Precisamos de uma alternativa para descer pela 376. Também problemas na BR 376 poderiam ser desviados com o contorno. Recentemente, muitos caminhoneiros precisaram ir pelo ferry boat”, explica o consultor.

Foi estudada uma ligação ainda mais ousada, entre Cubatão e Antonina, mas aí precisaria de um túnel de quase quatro quilômetros e pega uma área de vegetação mais sensível. No projeto proposto, passando pela Colônia Pereira, seria um túnel de 800 metros. João Arthur destacou que, para a rodovia Alexandra-Matinhos, há a previsão de obras a serem feitas no novo contrato de concessão, com muretas de separação e acostamento. O plano mais ambicioso incluiria um trecho para evitar que os caminhões que hoje fazem a ligação SP-Sul precisassem atravessar Curitiba. A partir da BR-277 seguiriam numa estrada que passa pela Usina Parigot de Souza até uma localidade chamada de Bairro Alto, mas teriam de cruzar uma serra, que exigiria uma obra mais robusta, mas levaria até quase a divisa entre o Paraná e São Paulo.

O PELT será entregue, em breve, para todos os senadores, deputados federais e estaduais e já teve apresentação prévia a órgãos governamentais, pedindo a priorização da obra no litoral e a realização de um estudo de viabilidade. Além das questões financeiras (quem bancaria a construção), o maior desafio seria a questão ambiental. Uma parte da rodovia passaria dentro do parque estadual Saint-Hilaire. João Arthur argumenta que, se as medidas adequadas forem tomadas, não representaria um grande dano ao local. “Seria uma rodovia sem nenhum comércio, sem posto de combustível e com passa-fauna para animais atravessarem a pista”, explica. Ainda não há uma estimativa orçamentária para a obra. 

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