A surpresa foi grande!


Por Marinna Prota Publicado 17/05/2021 às 18h23 Atualizado 19/02/2024 às 17h51

Não é que eu duvidasse que o Rio Branco iria escapar do rebaixamento este ano, mas a disposição dos elementos, até a penúltima rodada, indicava o fim eminente. Claro, estamos falando de futebol, aquele esporte que, às vezes, não é justo e tantas outras não corresponde às previsões. Durante a semana, eu falava em possibilidades e o melhor cenário seria o empate com o Coritiba.

Só que a encomenda saiu melhor do que o pedido feito. O Athletico fez o que era esperado e venceu o Toledo. Já o Leão da Estradinha, dentro de casa, com dificuldades para treinar devido à chuva, conseguiu manter uma postura defensiva diante do Coxa. Mais do que isso, o ataque funcionou!

Pedro Botelho, um daqueles questionados pela torcida, lembram? Deixou sua marca ao abrir o placar já de cara. Vai ter muita gente na turma do “nunca critiquei”. O fato é que só o gol dele não fez verão e foi preciso Marcelinho para garantir os três pontos finais.

Choro de quem ama

Não é de hoje que acompanho a trajetória de Erminho junto ao Rio Branco. De muitos anos que sei, vi e convivi com atitudes que por alguns passam despercebidas, mas que para mim não. Com jeito simples, ele sempre foi o cara do “vamos dar um jeito”. É obvio que sem grana ninguém faz nada, mas mesmo sem dinheiro ele correu atrás este ano.

Estamos em uma pandemia, poxa vida. A diretoria conseguiu patrocinar as viagens e também os jogos em casa. Sabiam que uma partida de futebol custa, em média, para o Rio Branco, R$20 mil? É muito dinheiro para quem pouco tem de apoio, frente a tantos outros clubes do interior que colecionam patrocinadores.

O choro de Erminho, no fim do jogo, representou uma nação. Alvirrubros, sejam fanáticos ou os mais tímidos, se sentiram ali, naquele momento, retratados pelas lágrimas de alívio. O presidente chorou, mas também comemorou e mostrou que quando se dedica ao clube é possível construir coisas impensáveis.

Ousadia e alegria                                   

A história poderia ter sido outra, se a chegada de Vitão tivesse sido mais cedo. Só que não dá para derramar lágrimas do leite derramado. O treinador então, nem pensa mais nisso. O foco já está na Série D do Brasileirão. Mas o lema? “Ousadia e alegria” é o que mais combina com ele. Sem ter medo de mexer, de buscar novas táticas, de ir para a frente, de testar posições, Vitão mostrou que era possível dar uma nova cara ao time, com os mesmos atletas.

O milagre aconteceu, até o ataque funcionou. Claro que, defensivamente, foi onde a equipe ganhou mais corpo. Mas é preciso dar os créditos e entender que, com o tempo disponível, o professor do Alvirrubro fez bem o seu papel. Já na expectativa do Brasileirão, a pergunta que não quer calar é: quem fica? Vitão parece que sim, Botelho não deu certeza, outros jogadores tinham vínculo até o fim do Paranaense 2021.

Começa agora outra fase: a de manter a espinha dorsal e construir um Rio Branco sólido e competitivo para galgar sonhos maiores, como o acesso à Série C.