Com grande número de pacientes na UPA, FASP inclui mais 2 médicos na escala


Por Luiza Rampelotti Publicado 26/04/2022 às 15h38 Atualizado 17/02/2024 às 07h08

Tem sido comum, nos últimos dias, encontrar relatos de parnanguaras reclamando nas redes sociais sobre a demora do atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paranaguá, localizada na Vila Itiberê. Na segunda-feira (25), dois posts foram muito comentados e repercutidos: um deles, feito pelo perfil intitulado Isla Lopes, dizia que seu avô, de 84 anos, estava desde meio dia até às 17h aguardando ser atendido por um médico. Outra publicação, feita por Patricia Silva, afirmava que a espera estava levando cerca de 5 horas.

O JB Litoral procurou a Fundação de Assistência à Saúde de Paranaguá (FASP) para questionar a respeito da longa fila de espera. De acordo com a diretora geral, Everllin Guiguer, na UPA, os pacientes são atendidos conforme classificação de risco, onde são priorizados aqueles em situação de urgência e emergência, gerando, assim, um aumento do tempo de atendimento daqueles sem gravidade.

Ela explica que, atualmente, oito médicos plantonistas atendem no período da manhã e tarde, e seis no período noturno. “No entanto, dois médicos são para os pacientes que estão na sala de emergência e com os pacientes internados em busca de leito hospitalar, devendo-se considerar eventuais faltas para tratamento de saúde”, diz.

Everllin ainda informa que o 8º médico diurno e o 6º médico noturno foram recentemente implantados para atendimento na UPA, justamente por conta do grande número de pacientes. Somente de 18 de abril até a última segunda-feira (25), foram realizados uma média de 593 atendimentos por dia na unidade de saúde.

Pacientes sem gravidade devem procurar as UBS

É importante destacar que a UPA não utiliza como parâmetro número de atendimentos por hora, uma vez que, por ser porta aberta para atendimentos, existem os horários de pico. Em Paranaguá, esses horários concentram-se após às 11h30, quando gera um acúmulo de pacientes e, consequentemente, aumenta o tempo de espera dos não graves”, comenta.

A diretora geral da FASP ainda ressalta que a UPA deve ser procurada apenas em casos de urgência e emergência, devendo os pacientes sem gravidade se direcionar à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua casa.

O JB Litoral também questionou a respeito do impacto da greve realizada pelos profissionais de saúde do Estado, que atendem no Hospital Regional do Litoral (HRL) e estão buscando que o governador Ratinho Junior (PSD) cumpra o que diz a Constituição Federal em seu Artigo 37, no Inciso X, e garanta a reposição salarial, que já está em 34% de defasagem. Segundo ela, o paciente que dá entrada na UPA e que demanda internamento hospitalar é cadastrado na Central de Leitos Estadual, e pode ser internado tanto no HRL quanto nos demais hospitais de Curitiba e Região Metropolitana assim que houver uma vaga disponível.

No momento, são cerca de 500 funcionários da saúde estadual que aderiram à greve e estão atendendo de forma reduzida no Hospital Regional do Litoral. Leovaldo Bonfim, diretor da 1ª Regional de Saúde do Litoral, garante que não há nenhuma relação entre a demora para atendimentos na UPA com a greve. “Até porque estão saindo vagas para o Hospital Regional, Rocio e Hospital do Centro regularmente”, afirma.

7 pacientes na UPA aguardam transferência para hospitais do Estado

Ele ainda comenta que não existem pacientes de Guaratuba, Pontal do Paraná, Antonina e Guaraqueçaba aguardando vagas pela Central de Leitos. “O que temos é 1 paciente na UPA de Matinhos que foi inserido hoje, dia 26; 1 em Morretes que também foi colocado hoje e 7 na UPA de Paranaguá”, diz.

Dos 7 pacientes que estão na UPA de Paranaguá aguardando transferência para um hospital estadual de maior complexidade, 2 foram inseridos no sistema nesta terça-feira (26); 2 na segunda-feira (25); 1 no domingo (24); 1 no sábado (23) e 1 na quinta-feira passada (21). “Esses mais antigos precisam de leitos de maior complexidade não atendidos pelo Hospital Regional do Litoral”, esclarece.

Ele ainda afirma que, na segunda-feira (25), foram transferidos da UPA de Paranaguá para o HRL 6 pacientes e que, nesta terça-feira (26), 3 já receberam alta e foram liberados. “Isso demonstra uma rotatividade normal”, finaliza.