Estrutura física do teatro é prioridade ​para “Canela”, novo diretor do Rachel Costa


Por Redação JB Litoral Publicado 26/06/2016 às 20h57 Atualizado 14/02/2024 às 14h05

Se perguntarem em toda a Paranaguá, principalmente na área de eventos, quem é Harrison Moreira de Camargo, poucas pessoas saberão dizer de quem se trata. Mas se perguntarem pelo popular “Canela do som”, todos saberão quem é este profissional de grande competência na área de eventos culturais. Parnanguara nato, o novo Diretor do Teatro Municipal Rachel Costa, não conta nem sob tortura, o porquê do apelido, mas confessa que isso é uma daquelas “coisas que só acontecem em Paranaguá”. Dar apelido às pessoas sem sequer olhar documento de identidade. Com experiência de quase 30 anos na parte técnica de som, Canela orgulha-se de ter vivido na época em que o “cara do som” era tão ou até mais importante que a atração principal de uma festa, porque nada acontecia sem ele. Vivenciando há alguns meses um novo desafio em sua vida profissional, Harrisson, ou melhor, Canela conta ao JB um pouco de suas pretensões à frente do mais importante local da cultura da cidade, o Teatro Rachel Costa.

JB – Antes de assumir a direção do teatro, como era seu ramo de atuação?

Canela – Desde 1989 atuo na parte técnica (som). Comecei muito cedo, desenvolvi aptidão e gosto por essa atividade. Entre idas e vindas, já são quase 30 anos. Iniciei como auxiliar e comecei a trabalhar com os equipamentos de forma autônoma lá por 1995. Nesse meio tempo, estudei Eletrônica. Trabalhei muito também com produção de eventos, produção executiva de bandas, além de ajudar na execução de várias casas de shows da cidade. Atualmente, me dedico quase que de modo integral ao teatro, mas ainda tenho meus projetos da parte técnica.
 

JB – Que tipo de filosofia de trabalho pretende adotar no teatro?

Canela – Bem, antes de tudo eu preciso agradecer a Olga. Conviver e trabalhar com ela por quase três anos foi fundamental para me dar embasamento e mais capacidade para exercer este posto. Ela é sensacional. Porém, cada diretor, gestor, chefe ou algo do gênero gosta de deixar a sua própria marca. Todos são importantes neste processo. E minha intenção é essa, colaborar de alguma forma. E também pretendo formalizar mais a relação com artistas de uma maneira geral. Mas não com a ideia de criar uma barreira entre o diretor e os artistas, muito pelo contrário, o objetivo é documentar as fichas de produção, as datas de apresentação, enfim, todos esses trâmites que eles já conhecem, ou seja, tornar mais formal essa relação, com foco na otimização, sempre.
 

JB: Quais objetivos você traçou para sua curta gestão?

Canela: Além desta formalização, quero estreitar ainda mais os laços com os funcionários do teatro por meio de uma relação profissional e respeitosa. E um dos meus principais objetivos é a parte operacional do teatro. Quero ver tudo funcionando de forma correta. Como eu estava acostumado a estar na área de operação, tomo todos os cuidados para o palco estar impecável, som funcionando, pessoal trabalhando e assim sucessivamente. É uma engrenagem. Outro ponto que estou prezando é a capacidade de resolvermos nossos problemas internamente, seja com recursos próprios, seja com nossos esforços, sem envolver outras secretarias e órgãos por exemplo. Minha ideia é resolver os problemas dentro de casa mesmo.
 

JB – E com relação aos eventos? Há alguma mudança?

Canela – Os eventos já marcados permanecem inalterados. E há outros que são próprios da Fundação Municipal de Cultura, como o Festival de Música do Litoral do Paranaguá e o Festival de Teatro de Paranaguá. Receberemos todos de braços abertos. Não muda nada.
 

JB – Você gostaria de trabalhar com algum segmento em especial?

Canela – Sim, o público infantil. Estou buscando peças que fomentem a formação de plateia infantil, das escolas municipais, estaduais e particulares. Inclusive estamos tentando viabilizar um espetáculo de ilusionismo para o mês de setembro, justamente pensando nisso.
 

JB – E agora quais os próximos desafios?

Canela – São vários desafios, mas me vejo preparado. A Olga deixou uma herança maravilhosa aqui e isto me ajuda. Diante disso, busco sempre aprimorar ainda mais e tenho como foco também a recuperação da estrutura física do teatro. Pintura, limpeza da fachada, conserto de calhas e outros pontos que também pretendo lutar para viabilizar.