Caranguejo-uçá ganha “férias” para reprodução: captura está proibida a partir de sexta (15)


Por Luiza Rampelotti Publicado 13/03/2024 às 23h00

Os apreciadores do crustáceo que se preparem, pois o Paraná entra em um período de abstinência gastronômica, pelo menos quando o assunto é o famoso caranguejo-uçá (Ucides cordatus). A partir desta sexta-feira (15), a captura do animal fica proibida até o dia 30 de novembro, uma espécie de “quarentena” para os caranguejos. Além disso, também é proibido transportar, comercializar, beneficiar ou industrializá-los.

caranguejo ibama
Proibição da pesca do caranguejo-uçá começa nesta sexta-feira (15) no Paraná. Foto: IBAMA

A legislação é clara: só é permitida a captura e consumo do caranguejo-uçá macho e com mais de 7 cm de carapaça entre 1º de dezembro e 14 de março. Se alguém for pego desrespeitando essas regras, as multas são de até R$ 50 mil, além de R$ 20 por quilo do animal apreendido, e ainda será enquadrado na Lei de Crimes Ambientais, conforme o estabelecido na Portaria IAT nº 180/2002.

Essa determinação, conhecida como “defeso do caranguejo”, acontece todos os anos visando proteger e garantir a reprodução natural da espécie. A engenheira de pesca do Instituto Água e Terra (IAT), Evelyn Jacques de Almeida, é categórica ao destacar a importância dessa pausa gastronômica.

Segundo ela, o caranguejo-uçá é uma espécie crucial para a reciclagem do manguezal. “O caranguejo-uçá é um crustáceo encontrado em toda a costa brasileira, com papel fundamental para reciclagem do manguezal. Ele se alimenta das folhas e transforma essas folhas em material que oferece nutrientes para outros organismos da cadeia alimentar“, explica.

Além disso, os caranguejos também são arquitetos do mangue, distribuindo nutrientes no solo através de suas tocas. Sem contar que essa atividade não é só importante para a natureza, mas também para a economia local. Afinal, muitas famílias do Litoral dependem da venda desses caranguejos para sobreviver.

Para se ter uma ideia, só em 2022, a pesca de caranguejos movimentou mais de R$ 7 milhões no Paraná, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab). E Guaratuba foi a campeã de produção, com quase 21% do total, seguida por Antonina e Paranaguá.

*Com informações da AEN

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *