BR-376: nove meses após deslizamento que atingiu 14 pessoas e matou duas, em Guaratuba, ainda não há previsão para início das obras de recuperação


Por Flávia Barros Publicado 29/08/2023 às 15h56 Atualizado 18/02/2024 às 21h50

O deslizamento de barreira que atingiu trecho da BR-376, na Serra do Mar, em Guaratuba, que feriu 14 pessoas e matou duas delas, completa nove meses nesta segunda-feira (28). Somente na semana passada, na última quarta-feira (23), o inquérito policial que investiga o caso foi concluído.

A notícia, com alguns detalhes da longa investigação, foi dada com exclusividade pela RPC. Segundo a emissora, apesar da conclusão, feita pela Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), a polícia não determina a responsabilidade sobre o acontecimento, só detalha o número de pessoas ouvidas e os procedimentos adotados.

Ainda de acordo com a afiliada da Rede Globo, prestaram depoimento 22 policiais rodoviários federais que participaram da operação no dia que o deslizamento ocorreu. Além deles, seis funcionários da concessionária Arteris Litoral Sul também foram ouvidos, entre eles, o supervisor de tráfego, o inspetor de tráfego, o inspetor de fiscalização e o coordenador do centro de controle. Outras 12 pessoas foram ouvidas na Dedetran, entre parentes das vítimas e motoristas que passavam pelo local.

Procurada pelo JB Litoral, a assessoria de comunicação da Polícia Civil do Paraná (PCPR) respondeu que não iria se pronunciar e que a informação divulgada pela RPC não teve o crivo da assessoria.

Mais prazos


O inquérito policial foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MPPR), o qual pediu à Polícia Civil esclarecimento a respeito da existência de um laudo de geotecnia ambiental, feito por técnicos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), paralelamente à investigação da Dedetran, que é citado na perícia, mas não foi anexado ao inquérito. O MPPR deu prazo de 30 dias para a PCPR se manifestar.

O deslizamento aconteceu em 28 de novembro de 2022, causando o fechamento total da rodovia por 10 dias, para trabalhos de busca e limpeza. Depois desse período, houve a liberação em pista simples, seguida de várias interdições devido às condições climáticas, chegando à configuração atual. Conforme noticiou o JB Litoral, a concessionária realizou algumas obras paliativas, mas a recuperação total do talude, segundo a Arteris Litoral Sul, depende da liberação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), uma vez que foge da área de concessão e depende de reajuste financeiro do contrato.

Sem previsão de obras


O JB Litoral voltou a pedir um posicionamento da empresa, que se manifestou por meio de nota. “A Arteris Litoral Sul recebeu a conclusão do inquérito da Polícia Civil e informa que segue à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos. Com relação às obras, a concessionária segue em tratativas com a ANTT para definição da solução a ser aplicada para recuperação do talude do km 669. O tráfego no segmento segue com duas faixas liberadas em cada sentido”, afirma.

Já a agência esclarece que ainda não há um prazo definido para o início das obras, mas que entre as ações que permitirão a execução do talude está um pedágio mais caro. “A ANTT está analisando o pedido da Concessionária Autopista Litoral Sul relacionado ao sinistro no talude da encosta no km 668+800 da rodovia BR-376/PR. A área técnica da Agência planeja submeter em breve o pleito à diretoria para autorização da realização da obra de contenção geotécnica, bem como a alteração contratual e reequilíbrio financeiro, via revisão tarifária e Termo Aditivo ao Contrato do Edital de Concessão nº 003/2007”, diz a Agência Nacional de Transportes Terrestres ao JB Litoral.