Primeiro semestre foi lucrativo para o porto de Paranaguá


Por Redação Publicado 13/07/2021 às 17h58 Atualizado 16/02/2024 às 07h32

Com exportações e importações em alta, o porto de Paranaguá registrou uma expressiva movimentação financeira nos primeiros seis meses de 2021. O volume negociado soma 17,1 bilhões de dólares, o equivalente a 90 bilhões de reais. Essa fortuna é resultado do aumento na quantidade de cargas da maioria dos produtos. Assim, o ano já apresenta saldo positivo mais significativo em relação ao mesmo período de 2020, com 3 bilhões de dólares a mais, ou aproximadamente R$ 16 bilhões de reais.

Com o dólar supervalorizado – na maior parte do tempo acima dos R$ 5 e chegando ao pico de R$ 5,80 –, as operações no porto de Paranaguá passaram a ser ainda mais importantes para a economia brasileira, paranaense e parnanguara. O diretor de operações, Luiz Teixeira, comenta que o aumento das cifras nas importações foi puxado pelo óleo diesel, mas também por contêineres, açúcar e fertilizantes. Ainda chama a atenção a movimentação de veículos, que registrou alta de 34%, com 46,5 mil unidades negociadas. Em percentuais, o destaque vai para os óleos vegetais, com 583% a mais no primeiro semestre de 2021, em relação ao mesmo período do ano passado.

Com 29 milhões de toneladas movimentadas no primeiro semestre, o porto terá de se superar para chegar a 31 milhões nos seis meses restantes de 2021 e, assim, alcançar a meta ousada de 60 milhões de toneladas. Também na área de contêineres, as expectativas são altas, mas exigem resultados ainda melhores. Foram transportados 460.925 TEUs (medida de 20 pés), neste ano, e seriam necessários mais 540 mil para fechar 2021 com a marca histórica de 1 milhão.

Soja em queda

A diversificação das cargas e as mercadorias com maior valor agregado é que possibilitaram o bom resultado de 2021. Se dependesse da soja, seu principal produto, o porto de Paranaguá teria tido bem menos movimentação. A quantidade embarcada foi 17% menor neste ano (7,6 milhões de toneladas), em comparação com 2020 (9,2 milhões de toneladas). Outros números mostram o tamanho da diferença: enquanto em junho de 2021 foram exportadas 810 mil toneladas de soja, no mesmo mês do ano passado foi 1,3 milhão – 500 mil a mais.

O consultor de Logística da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Nilson Hanke Camargo, explica que muitos produtores decidiram segurar a safra, apostando na possibilidade de preços ainda melhores do que os que estão sendo atualmente praticados. Ele relata também que foram registrados muitos dias de chuva no fim da colheita, impedindo o embarque de grãos. Também pesou na conta a pequena quebra no volume colhido. Em contrapartida, as exportações de milho dobraram, em comparação com o mesmo período do ano passado. Por enquanto, a movimentação de granéis sólidos está praticamente empatada com o cenário de 2020. Mas, com o dólar em alta, as perspectivas para o segundo semestre são animadoras.

Por Katia Brembatti