Três dias após desabamento em supermercado de Pontal do Paraná, sobreviventes recebem alta do Regional

Socorrista se emociona ao lembrar de resgate de sobrevivente que ajudou equipes com informações sobre outras vítimas


Por Flávia Barros Publicado 25/03/2024 às 22h39

O primeiro dia útil após a tragédia ocorrida em Pontal do Paraná, no começo da noite da última sexta-feira (22), com o desabamento de parte da laje do supermercado Super Rede, recém inaugurado, foi de intenso trabalho das investigações que apuram as causas e responsabilidades do fato, conforme noticiou o JB Litoral. Mas, esta segunda-feira (25) também foi de alívio para a família da última vítima que ainda estava internada no Hospital Regional do Litoral (HRL) receber alta.

super rede caixas dagua
Laje de 50 m² desabou com 5 caixas d’água na área da panificadora do mercado. Foto: Reprodução

De acordo com HRL, a casa hospitalar recebeu quatro pacientes vítimas do desabamento. Dois deles receberam alta no dia seguinte à tragédia, no sábado (23); uma pessoa foi transferida no domingo (24) para um hospital particular, a pedido da família; e uma mulher de 41 anos recebeu alta nesta segunda-feira (25). As vítimas fazem parte das 12 sobreviventes do desabamento, as demais, com ferimentos de menor gravidade, foram levadas para a Unidade de Pronto Atendimento de Pontal do Paraná.

“Ela estava embaixo dos escombros, ao lado das vítimas fatais”

Em conversa com o socorrista Rafael Rodrigues, que ficou feliz ao saber pelo JB Litoral que a sobrevivente retirada por ele, com auxílio de outros integrantes das equipes de socorro, debaixo dos escombros, recebeu alta nesta segunda-feira, contou mais sobre como foi o resgate.

Ela estava embaixo dos escombros, ao lado das vítimas fatais, foi a única sobrevivente retirada com vida da área onde estavam as três moças que morreram. Ela também era funcionária, estava consciente e nos ajudou com informações sobre a quantidade de pessoas e a localização delas ali na área da laje que desabou”, disse Rafael, que atua na Base de Paranaguá, do SAMU.

Ele também relatou como foi o momento em que familiares da mulher, de 41 anos, chegaram ao local do acidente.

Como ela estava com uma fratura na perna, tivemos que cortar a calça dela e a chave do carro caiu na ambulância. Após o socorro, voltei ao local e entreguei a chave a um tenente do Corpo de Bombeiros, foi quando chegaram a mãe e a tia dela. A mãe chorou bastante ao abrir o carro e saber que a filha estava ao lado da colega, que infelizmente, faleceu”, detalhou o socorrista.

E com a sensibilidade de quem sabe que não esquecerá o que viu na última sexta-feira, desabafou.

Ontem entrei em um supermercado para fazer compras pessoais e vi uma roda-gigante feita com vassouras, igual tinha lá no mercado que desabou, que vimos no escuro, em meio a tanta tristeza e à procura de mais vítimas. Isso marcou a gente, vai ficar na cabeça por muitos anos”, finalizou.

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