Vice-presidente se confunde: Filhos do Cartolas deixou de prestar contas de R$ 36 mil em notas
Em entrevista exclusiva ao JB Litoral na semana passada, a vice-presidente do Grêmio Recreativo Escola de Samba Filhos do Cartolas, Melissa Elias Martins, se confundiu no repasse das informações, após a reunião realizada pela Associação das Escolas de Samba de Paranaguá (AESP), nas dependências da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura (Secultura), o Grêmio Recreativo Escola de Samba Filhos do Cartolas deixou de apresentar pouco mais de R$ 36 mil, dos R$ 50 mil da verba pública recebida para o Carnaval de 2018.
Com isso, a AESP ainda não conseguiu encerrar sua prestação de contas junto à Prefeitura de Paranaguá do valor de R$ 352.151,49 que recebeu para promover os desfiles carnavalescos deste ano.
Na reunião realizada na semana passada, não foi possível encerrar a prestação de contas, porque o Filhos do Cartolas apresentou pouco mais de R$ 13 mil em notas fiscais que foram aceitas e validadas pela AESP.
Um áudio enviado para o JB Litoral, informando sobre a reunião, alertou da possibilidade de o Presidente da Escola, Wladimir Roberto Miras, apresentar cerca de R$ 33 mil em notas fiscais frias (falsas) para fechar a conta do Carnaval. Entre elas, a de quitação de uma suposta dívida de R$ 25 mil contraída com João Inácio da Silva Filho, conhecido por Joca Boladão, tradicional fornecedor de estrutura carnavalesca, residente em Jundiaí, São Paulo.
A reportagem fez contato, pelo Whatsapp, com o Secretário da Secultura, Harrison Camargo, o Canela, para acompanhar a reunião de prestação de contas, porém, não houve retorno e, segundo informações, ele não se encontrava na cidade.
No dia seguinte à reunião, a Vice-presidente da Filhos do Cartolas, Melissa Martins, esteve na redação do JB Litoral e deu esclarecimento do que ocorreu no encontro das escolas na Secultura, porém, acabou se confundindo nos valores repassados e, nesta segunda-feira (02) procurou o JB Litoral e repassou os valores corretos.
Na reunião a agremiação apresentou notas no valor de pouco mais de R$ 13 mil e caberá ao Presidente Wladimir Miras, a responsabilidade de prestar contas do restante das notas, pouco mais de R$ 36 mil. “O valor que ele apresentou foi lançado e está correto, o que faltou de lançamento de nota não cabe à AESP, nem à Secretaria e nem a ninguém, é diretamente o presidente da escola. Ele que vai ter que declarar ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público do porque ele não apresentou a nota”, explicou a vice-presidente.
Ela disse que o encontro foi para finalizar a prestação de contas da AESP para a Secretaria de Turismo e Cultura, onde foram encerrados todos os lançamentos, por meio do sistema do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE/PR). Melissa contou que todas as escolas prestaram contas do dinheiro recebido da prefeitura, exceto o Filhos do Cartolas, porque ficou faltando um montante, o qual estava sob a responsabilidade do presidente da escola.
Prefeitura não se manifesta
A vice-presidente falou que, parte das notas a serem apresentadas, consta a dívida com Joca Boladão, mas que não é o valor alegado por ele de R$ 25 mil e sim um pouco menos. “Falando como vice-presidente da escola, ele tem em haver um valor que seria o justo e não é todo este montante e sim um pouco menos. Mas seria do que a gente usou o material dele e teria que ter pago. Foi talvez uma falta de tempo, não sei, o presidente tem que ver o que ele fez e responder o que aconteceu”, afirmou Melissa.
O JB Litoral procurou a Prefeitura Municipal, por intermédio da Secretaria Municipal de Comunicação Social (Secom), que tem como titular a Jornalista Camila Cordeiro Roque, filha do Presidente da Câmara de Vereadores, Marcus Antonio Elias Roque (PODEMOS), Marquinhos Roque, que é irmão do Prefeito Marcelo Elias Roque (PODEMOS). Foram enviados três questionamentos a respeito da prestação de contas pela AESP, dos recursos públicos repassados para o Carnaval, mas até o fechamento desta edição não houve resposta.