Insegurança e medo no conforto do lar
Não é de hoje que os papéis vêm se invertendo no que diz respeito aos direitos do cidadão, principalmente com relação à segurança pública, garantido no artigo 6º da Constituição Federal e definido como dever do Estado no 144.
No passado, quando se desfrutava do conforto do lar, era comum o hábito de conversar nas noites quentes diante da casa, hoje, insegurança e medo tomam conta das famílias, mesmo protegidas por pantográficas, concertinas, alarmes e câmeras.
Na área central e bairros próximos, como a Costeira, furtos e arrombamentos têm sido frequentes, quer em residências como em comércios.
E os números da criminalidade, apesar de expressivos, se mostram contraditórios quando se trata de resolução dos casos e prisão dos bandidos.
O delegado chefe da 1ª Subdivisão Policial de Paranaguá, Dr. Rogério Martin de Castro, disse que, nos primeiros quatro meses deste ano, foram registrados 78 Boletins de Ocorrência de furto nessa região. Média assustadora de quase 20 ao mês.
Entretanto, ele destaca que 66 foram solucionados e 12 se encontram em fase de investigação, uma boa média de 85% de casos resolvidos no quadrimestre. Entretanto, o atentado a tiros na sede do JB Litoral, em mais de dois anos, ainda não se sabe nada.
Para piorar a situação, nesta fase de pandemia do coronavírus, com as pessoas “presas” em suas casas, mesmo assim, isso não impede a ação dos marginais, pelo contrário, só aumenta a ousadia deles.
Entre as ocorrências na Costeira, numa delas, bandidos chegaram a escalar um prédio de apartamentos e furtaram objetos com a família dormindo em seus quartos.
Diante de uma média de 19 ocorrências na área central, mais de uma a cada dois dias, acredita-se que os números da periferia devem ser maiores e, com eles, há ainda os homicídios, que já somam 27 até este mês. Ou seja, média de um assassinato por semana desde janeiro.
Preocupante esta situação, e com a tão falada comunhão de esforços e união dos órgãos de segurança, policial, civil, militar e a guarda civil municipal, faz-se necessário o resgate, à população e à área comercial, do direito à segurança pública.