O “antes tarde do que nunca” não cabe
Gestões públicas, desprovidas de competência e, em muitos casos, seriedade, adotaram jargões e criaram ditados, para justificar a entrega de obras em seus mandatos e que, são aceitas, apenas por aqueles que integram ou se beneficiam ao longo dos quatro anos.
Dois deles se tornaram icônicos, no caso do jargão, foi o nascido na capital paulista na gestão de Paulo Maluf: o “rouba, mas faz”. Da mesma forma, a máxima popular do “antes tarde do que nunca” ganhou o país há décadas.
Na semana passada, a cidade recebeu a restauração da Estação Ferroviária, obra prevista para um período de 240 dias e que demorou 1.095 dias. Ou seja, quase três vezes e meia do prazo.
Mas saiu, mesmo tarde. Porém, independente da beleza da obra e do compromisso com o gasto público cumprido, a prefeitura deixou de informar o que foi feito com mais de R$ 1.1 milhão pagos para a empresa que executou próximo de 60%, em quase um ano de trabalho, e a diferença da contrapartida dada pelo município.
Em 2018, a prefeitura anunciou que foi de R$ 832 mil e, na inauguração na sexta-feira, o valor caiu para R$ 432. Qual é o certo? Entende-se todos os problemas gerados com o abandono da Pires Giovanetti Guardia Engenharia e Arquitetura, mas por que o cancelamento do contrato foi feito em junho, quando poderia ter ocorrido no final de abril de 2018? Foram meses no limbo.
Entretanto, entregue em pleno período de pandemia do coronavírus, o espaço ficará ocioso e a prefeitura, via Secretaria de Cultura e Turismo, terá como se organizar o que fazer dela, para que, liberada sua visitação, tudo esteja devidamente pronto, exploração comercial, mobiliários, logística de atendimento e pessoal e, até mesmo, projetos turísticos voltados à Estação.
Não será concebível, pensar em tudo isso, somente depois de liberado o acesso aos parnanguaras e turistas. Estaremos atentos.