Pioneira no Litoral, Pontal do Paraná oferece, gratuitamente, prática de equoterapia

Desde o início de agosto, o Centro de Equoterapia da Escola Especial Municipal Ilha do Saber, em Pontal do Paraná, está filiado à Associação Nacional de Equoterapia (ANDE Brasil). No dia 2, a instituição recebeu o certificado que comprova que o local preenche as condições técnicas e administrativas necessárias para o atendimento especializado.

Para conquistar o certificado, o Centro de Equoterapia passou, recentemente, por uma reestruturação. O prefeito Rudisney Gimenes Filho (MDB), o Rudão, informa que a Prefeitura construiu um redondel (arena para cavalos) no espaço e reformou o ambiente.

“Ampliamos a equipe da equoterapia que foi capacitada para aumentar o número de atendimentos. Agora, atendemos algumas crianças de outras instituições além da Escola Ilha do Saber, recebendo em torno de 70 alunos durante a semana. Com a ampliação, realizamos, ainda, a aquisição de mais um cavalo: o Cebolinha”, diz.

Com a ampliação desde agosto, a unidade passou a atender, também, alunos dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI). Hoje, são 55 estudantes beneficiados pela equoterapia.

A equoterapia é a utilização do cavalo como recurso terapêutico, ocupacional e educacional para estimular o desenvolvimento da mente e corpo de pessoas portadoras de deficiência ou de necessidades especiais, como síndrome de Down, paralisia cerebral, esclerose múltipla ou autismo, por exemplo. No procedimento, que exige a participação do corpo inteiro (todos os músculos e todas as articulações), o animal é utilizado como um meio de se alcançar os objetivos terapêuticos.

As sessões no Centro Ilha do Saber podem ser feitas individualmente ou em grupo, com acompanhamento de um terapeuta para orientar os exercícios.

Atendimento gratuito

Pontal do Paraná é uma das poucas cidades do Paraná a disponibilizar o procedimento terapêutico gratuitamente. O Centro de Equoterapia Ilha do Saber fica localizado no balneário Praia de Leste.

“Hoje, a Escola Ilha do Saber atende 120 alunos com deficiência intelectual e múltiplas, dos quais 42 praticam equoterapia; temos outros 13 praticantes que são alunos dos CMEIs. Com a vinda de mais uma professora, poderemos atender a 70 alunos na terapia”, explica a responsável pelo Centro de Equoterapia, Lizmari Simioni Rusycki.

Segundo ela, os alunos atendidos têm encaminhamento médico para a prática da terapia. Atualmente, o atendimento preferencial é para os alunos da Escola Municipal Ilha do Saber, uma vez que o projeto foi iniciado na unidade de ensino, e o prédio onde ocorre o procedimento é da Associação de Pais e Funcionários (APF) da instituição.

“Com a filiação à ANDE Brasil, através da APF, passamos a oferecer vagas para as crianças dos CMEIs com laudo de autismo. Futuramente, quando a Prefeitura nos ceder mais uma professora que fez o curso, também vamos oferecer vagas para alunos das escolas da rede municipal”, diz.

Pioneiro no Litoral

Os atendimentos são gratuitos e todos os funcionários do Centro, que é mantido pela Prefeitura, são servidores do Município. Futuramente, a diretora afirma que há a possibilidade de estender os atendimentos para a população em geral, de maneira particular, porém, fora do horário de funcionamento do local e depois da carga horária dos funcionários.

Lizmari avalia que a melhor opção para o atendimento particular seria, por exemplo, com turmas aos sábados pela manhã. O valor cobrado pela sessão seria para pagar funcionários e para a APF. “Isso nos ajudaria na continuidade da construção do Centro de Hidroterapia para atender os alunos da nossa escola, porque a hidroterapia e a equoterapia são tratamentos de reabilitação que se complementam”, comenta.

Ela destaca que o projeto é pioneiro e único no Litoral, e tem o diferencial do atendimento gratuito. “Iniciamos com a equoterapia em 2004. Em 2010, construímos esse Centro, que é na mesma quadra onde fica localizado o prédio da APF, terreno cedido pela Prefeitura para a associação. Trabalho com equoterapia desde 2004 e nunca ouvi falar de um Centro que atenda gratuitamente, porque é um tratamento muito caro, cerca de R$ 350 a sessão”, conclui.