João Arruda: “não tenho dúvida que a justiça nos dará ganho de causa”


Por Redação JB Litoral Publicado 25/08/2016 às 11h20 Atualizado 14/02/2024 às 15h39

Foto: Divugação

No início de agosto, antes mesmo da realização da convenção partidária do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o Senador Roberto Requião, presidente estadual da sigla, proibiu a coligação majoritária com o Partido Verde (PV) em Paranaguá e, atendendo ao pedido da imprensa, o Secretário Geral do partido no Paraná, o Deputado Federal João Arruda, comunicou o veto, por meio de um vídeo postado na rede social.

Mesmo assim, no dia 05 deste mês, o Diretório Municipal do PMDB, presidido pelo Vereador Marcus Antonio Elias Roque, fechou coligação majoritária com o PV, que traz como candidato a prefeito, seu irmão, Marcelo Elias Roque, Ex-secretário Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos na atual gestão do Prefeito Edison de Oliveira Kersten (PMDB).

 A decisão pela coligação já havia sido anunciada, também pelas redes sociais, no dia 29 de julho, aniversário da cidade, em uma postagem no perfil do Facebook de Marcelo Roque. “Acabamos de decidir, está tudo em família”, postou o candidato do PV, o que acabou se confirmando na convenção dos partidos, mesmo avisados por João Arruda que a direção entraria na justiça para anular o registro de candidatura e da aliança.

Na semana passada o JB procurou o Presidente do Diretório Municipal, Marcus Roque, que aceitou se pronunciar sobre o assunto e foram enviados três questionamentos a respeito da coligação. Porém, no sábado (13), o vereador reconsiderou e disse preferir não se manifestar sobre o assunto e não respondeu aos questionamentos.  Da mesma forma, o JB procurou o Secretário Geral do PMDB, João Arruda, que concedeu entrevista sobre o assunto. Leia seu posicionamento.

 

JB – O senhor disse num vídeo à imprensa que o PMDB entraria na justiça para anular o registro de candidatura da coligação do PMDB com o PV na cidade. Como acha que ficará esta situação?

João Arruda Não tenho dúvida de que a justiça nos dará ganho de causa. O Marquinho Roque, como presidente do partido, age irresponsavelmente e coloca em risco as eleições dos atuais vereadores. Tenho recebido inúmeras ligações de pré-candidatos, preocupados com esta questão. Não gostaríamos de judicializar este processo, até porque isto colocaria em risco as candidaturas dos vereadores.

O presidente do partido foi alertado, comunicado e notificado e, mesmo assim, insiste em não cumprir uma decisão da Executiva Estadual e isto coloca em risco a anulação da coligação do candidato Marcelo Roque e não só dos candidatos a vereador do PMDB, mas de todos nesta aliança coligados com o PV. Isto porque sem o PMDB a ata passa a não ter valor. Nós vamos entrar na justiça e reverter este processo com certeza absoluta. É lamentável que a direção do partido seja irresponsável ao ponto de colocar em risco as candidaturas do PMDB e de outros partidos e do próprio candidato à majoritária, que é o Marcelo Roque. Vamos agora brigar no TRE para demonstrar esta posição que foi tomada pela unanimidade da Executiva Estadual, representada por todos os 13 membros.

O pré-candidato Marcelo Roque entrou na justiça, ele recorre agora, mas a probabilidade dele se tornar inelegível durante o processo eleitoral é muito grande. Isto coloca em risco o projeto do PMDB e nós não podemos ser irresponsáveis.
 

JB – Qual artigo estatutário que está sendo descumprindo ao confrontar a decisão da Executiva Estadual?

João Arruda Ele está descumprindo uma Resolução aprovada pelo PMDB e pela Executiva Estadual. O estatuto do partido nos permite aprovar resoluções, nós aprovamos uma Resolução que exige aprovação de alianças quando o PMDB não está na cabeça de chapa. Perante a Executiva Estadual, como ele não fez esta consulta e nós soubemos da possível coligação pela imprensa, diante do risco da candidatura do Marcelo Roque por conta dos problemas judiciais, rejeitamos a proposta de coligação, deixando bem claro que ele poderia fazer o que quisesse, lançar um candidato próprio, se entendesse que assim seria a melhor alternativa para o PMDB. Mas ele não fez nada disto, nem fez a consulta prévia à Executiva Estadual.
 

JB – É possível resolver isto de forma amigável ou vai acabar sendo decidido pelo TRE?

João Arruda Depende de prazo. Não sei se o prazo já venceu, mas o ideal é que ele mudasse a ata e fizesse uma aliança com outros partidos ou lançasse uma chapa de vereadores não coligada com ‘o cabeça’ de chapa do PV, lançasse uma chapa independente de candidatos para vereador. Enfim, ele poderia ter inúmeras alternativas, e não peitar, enfrentar, afrontar uma decisão tomada pelo partido que pode realmente judicializar o processo, colocando em risco o projeto do PMDB de todos os pré-candidatos a vereadores e também do candidato a prefeito e vice.

 

JB – O Diretório Estadual não abre mão desta decisão?

João Arruda – Não é questão de abrir mão, a decisão foi anterior à decisão do partido. Ele foi orientado que tinha que respeitar uma diretriz tomada pelo partido. Não podemos abrir mão de uma decisão que nós tomamos e que foi contestada. Quem está intransigente e colocando em risco a candidatura do PMDB é o próprio dirigente do partido no município e não nós. Fizemos o encaminhamento com muita clareza e muita transparência desde o início.