Portos do Paraná recebe palestra sobre prevenção e diagnóstico precoce do câncer em alusão ao Outubro Rosa
Na última quarta-feira (10), a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Paranaguá, com apoio da Portos do Paraná, promoveu uma ação alusiva à campanha Outubro Rosa, destinada a conscientizar as trabalhadoras do complexo portuário sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer em mulheres. O evento, intitulado “Prevenção e Diagnóstico Precoce do Câncer na Mulher”, aconteceu no auditório Emir Roth, no Palácio Taguaré, sede administrativa da empresa pública. Além de palestras informativas, a programação incluiu a entrega de brindes e um coffee break.
Uma das palestrantes foi Ângela Hilgemberg Zanlorenzi, vice-presidente da Rede Feminina Estadual de Combate ao Câncer. Durante sua apresentação, ela destacou o papel fundamental da educação e da prevenção como mecanismos essenciais para salvar vidas.
Em entrevista ao JB Litoral, ela enfatiza os desafios persistentes no combate ao câncer no Brasil, bem como a missão da Rede Feminina, que tem como foco a conscientização e o apoio direto a pacientes em todo o estado do Paraná. “Nosso trabalho vai além da educação sobre prevenção. Atuamos com mais de 30 projetos voltados à humanização do tratamento, especialmente em Curitiba, e estendemos nossa presença por todo o Paraná”, afirma Ângela. A Rede Feminina, com seus 70 anos de história, oferece assistência a pacientes em situação de vulnerabilidade, fornecendo itens como materiais de higiene, fraldas e roupas. A instituição também promove palestras que auxiliam na detecção precoce do câncer, fortalecendo o suporte àqueles que enfrentam a doença.
A história pessoal de Ângela é um exemplo do poder transformador do voluntariado. Ela compartilhou como a perda de seu marido, aos 32 anos, devido ao câncer, impulsionou seu envolvimento com a Rede. “Após sua morte, fiz uma promessa de que voltaria ao hospital para ajudar outras pessoas que passam pelo mesmo desafio. E há 25 anos me dedico a essa causa, prestando apoio tanto a pacientes quanto a seus familiares, ajudando-os a enfrentar os impactos físicos e emocionais do câncer”, diz.
Os desafios do sistema de saúde
Na palestra, um dos pontos abordados por Ângela foi a precariedade do suporte oferecido pelo sistema público de saúde no Brasil. “Apesar de o SUS cobrir grande parte da população, há uma lacuna em termos de conforto e apoio para os pacientes, especialmente aqueles que precisam se deslocar para outras cidades para tratamento”, explicou. Entre os principais obstáculos, ela mencionou os altos custos de tratamentos e a falta de acomodações adequadas para pacientes e seus acompanhantes, fatores que agravam o fardo emocional e financeiro das famílias.
Como forma de mitigar esses desafios, a Rede Feminina desenvolve programas que visam atender tanto os pacientes quanto seus familiares. Em Paranaguá, a atuação da instituição inclui a distribuição de cestas básicas, fraldas e materiais de higiene, além de outras ações voltadas à assistência social. Ângela também ressaltou o fortalecimento da parceria entre a Rede Feminina e o Hospital Erasto Gaertner, que tem uma unidade em Paranaguá. “Com o suporte da Rede em Curitiba, oferecemos capacitação e treinamento aos voluntários locais, ampliando a atuação da Rede em Paranaguá”, afirmou.
Sinais de alerta e a importância do autocuidado
Durante o evento, a vice-presidente da instituição chamou a atenção para a importância do autocuidado contínuo. Ela lembrou que, apesar de a informação sobre a prevenção do câncer ser amplamente divulgada, muitas mulheres acabam negligenciando os exames e cuidados regulares. “É comum que, ao longo do ano, as pessoas acabem deixando o autocuidado em segundo plano. O diagnóstico precoce, no entanto, é fundamental para o sucesso do tratamento”, alertou.
*Luiza Rampelotti e Maickon Chemure