Casa está sendo construída em mata nativa no Parque Marumbi em Morretes


Por Redação JB Litoral Publicado 26/11/2014 às 06h00 Atualizado 14/02/2024 às 04h12

Na última semana, montanhistas e moradores que frequentam o Parque Estadual do Marumbi, em Morretes, denunciaram a construção de uma casa em área de mata nativa, próxima à unidade de Conservação. O fato causou revolta aos cidadãos, que acharam imoral o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) autorizar a construção do local e derrubada de mais de 800 metros quadrados de árvores nativas de variados tamanhos. O JB denunciou no mês passado a derrubada e agora, uma estrutura física já está sendo feita no terreno.

O site Altamontanha denuncia que todo o desmatamento foi feito dentro da lei, ou seja, com autorização do IAP. A área desmatada, que se encontra dentro do limite do Parque Estadual, segundo a denúncia, foi autorizado pelo órgão que cobrou R$1.500,00, sendo regulamentada pela resolução de número 300 do CONAMA (Código Nacional do Meio Ambiente). Segundo o portal, a derrubada da mata e o início da construção da casa, causou indignação nos montanhistas que frequentam o local.

Segundo o site de montanhismo, uma denúncia foi feita à Força Verde, que inclusive visitou e fez medição das áreas, assim como do perímetro das árvores que foram derrubadas. Após a visita da força policial, o IAP ressaltou que iria investigar o caso e se houve configuração de crime ambiental, autuando o proprietário no caso disso ocorrer. Apesar disso, um mês após a visita e fiscalização do terreno, a casa já começou a ser construída no local, sem nenhum impedimento pelas autoridades.

Vale ressaltar, que há menos de um quilômetro de onde ocorreu o desmatamento no Parque Estadual do Marumbi é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral (UCPI), ou seja, um local onde a preservação ambiental deve ser priorizada. Porém, permite-se na área o uso público, desde que autorizado pelo órgão responsável, no caso, o IAP. No local há também outros problemas além do desmatamento, segundo o site, como a falta de reforma da sede para visitantes desde 2011, assim como um Plano de Manejo uma vez que o atual está totalmente desatualizado desde 2001. Ainda segundo a denúncia, é justamente esse Plano que regulamenta o uso público, como o do terreno que foi desmatado. Ele está vencido e deve ser refeito a cada cinco anos.

O Clube Paranaense de Montanhismo também denunciou o caso, mostrando através de, árvores de grande porte que foram derrubadas, entre elas, uma figueira que possui de 70 a 80 anos. De acordo com moradores próximos da região, a casa que está sendo construída é particular, ou seja, algo que não servirá para auxiliar a conservação do local, os turistas ou montanhistas da área, de forma pública.

O local fica em uma área de turismo ambiental intenso em Morretes, de pleno conhecimento das autoridades, turistas e moradores e localiza-sea menos de um quilômetro do posto de Prainhas do IAP, área de passagem para o acesso ao Marumbi, Caminho do Itupava, Salto dos Macacos e área de boia cross do rio Ipiranga.