Aulas na Rede Estadual retornaram hoje; mais de 32 mil alunos voltam para o sistema presencial


Por Publicado 07/02/2022 às 16h12 Atualizado 17/02/2024 às 01h21

Após quase dois anos completos de ano letivo afetado pela pandemia de Covid-19, 32.023 estudantes dos 61 colégios e escolas da Rede Estadual de Ensino retornam às aulas no formato 100% presencial nesta segunda-feira (7), em todas as cidades do Litoral.

Desde março de 2020, foram adotados modelos de educação à distância e posteriormente um regime híbrido, em que parte dos estudantes assistiam às aulas nas unidades estudantis e outros seguiam de suas casas.

Como o setor educacional foi o primeiro a parar e está sendo o último a voltar ao formato tradicional, a expectativa é de que com o avanço da vacinação, inclusive entre as crianças, não sejam mais necessárias interrupções no cronograma da Secretaria do Estado de Educação (SEED) e nem no modelo de aprendizado adotado.

Para a chefe do Núcleo Regional de Educação de Paranaguá (NRE), que compreende os sete municípios da região, Zenilda Mendes dos Santos, o retorno presencial é mais que necessário devido ao tempo perdido durante o isolamento social, mas em casos específicos o aluno poderá permanecer no formato on-line. “O início do ano letivo de 2022 será presencial para todos os estudantes da Rede Estadual de Ensino do Paraná; os casos de impossibilidade de retorno presencial do estudante serão analisados individualmente, com base nas orientações da Secretaria Estadual de Saúde (SESA)”, explica.

Tirza Cunha Pires, diretora auxiliar do Colégio Estadual Alberto Gomes Veiga, do bairro Campo Grande, em Paranaguá, reforça que por enquanto não há nenhum pedido ou medida para que algum estudante permaneça no modelo EAD. “Toda a equipe na escola está preparada para acolher os estudantes da melhor maneira possível. Esperamos reestabelecer os vínculos que foram interrompidos e resgatar as lacunas que surgiram com as dificuldades durante a pandemia”, comentou a educadora, que também afirma estar animada para rever os meninos e meninas de volta às aulas.

Protocolos seguem rígidos
A equipe docente se reuniu na última semana para preparar o retorno dos estudantes. Foto: Reprodução

Todas as escolas passam a seguir as regras contidas no Protocolo de Biossegurança da SESA. Entre as regras de adaptação para esse novo momento, estão a necessidade do uso de álcool em gel 70%, obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção por profissionais e alunos, uso de termômetros para aferição de temperatura e outras medidas que cada localidade achar necessárias, explica o NRE. “Para que esse protocolo tenha sucesso, é muito importante a colaboração dos estudantes e responsáveis em sua manutenção e na garantia da segurança da comunidade escolar”, diz Zenilda.

Para Marçal Lombardi, diretor auxiliar do Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha Neto, localizado na Vila Rute, também de Paranaguá, os cuidados seguirão também na hora do intervalo e demais momentos em que as crianças e adolescentes estiverem em contato. “O protocolo de biossegurança garante uma série de cuidados, como distanciamento das mesas nos refeitórios, aferição de temperatura constante, espaçamento largo entre carteira, entre outros. Todas essas medidas servem para proteger nossos alunos, professores e funcionários”, detalha.

Tirza reforça que entre as maiores preocupações está o uso das máscaras de forma correta, porque isso evita, de forma mais eficaz, que o vírus se prolifere. “Os alunos serão orientados para seguirem as regras de distanciamento e utilização do álcool gel, bem como o uso de máscaras, que deverão ser trocadas a cada duas horas”, explica.

A diretora do Núcleo Educacional do Litoral faz um apelo direto aos pais para que a consciência da importância de se cuidar e manter a atenção às regras venha de casa. “Pedimos aos responsáveis para que orientem os estudantes a seguirem os protocolos estabelecidos pela escola e que, em caso de sintomas ou diagnóstico positivo para Covid-19, que comuniquem imediatamente as instituições de ensino, para a implementação de ações preventivas. Ressalto ainda a importância da vacinação, que avança gradativamente para a faixa etária de nossos estudantes, sendo essencial para a sequência do ano letivo de 2022”, justifica Zenilda.

O diretor Marçal segue a linha da gestora e pede que esse retorno respeite os limites definidos pelas autoridades sanitárias para que seja um espaço saudável para os agentes de ensino e para os pequenos. “Esse retorno é de fundamental importância. A escola é um local de aprendizado, mas também de socialização e acolhimento. As medidas de restrição trouxeram vários impactos, como os inúmeros problemas de saúde, inclusive mental, para nossos estudantes. Por isso, o retorno é tão importante, pois ele insere novamente esses jovens e adolescentes no mundo, no convívio social, além de retomar sua formação humana em busca de conhecimento”, concluiu.

Maior colégio de Paranaguá retorna com Ensino Integral
O colégio inicia o ano letivo em formato integral para todo o Ensino Fundamental. Foto: Rafael Pinheiro/ JB Litoral

O tradicional Colégio Estadual José Bonifácio, maior em espaço físico da Rede Estadual de Ensino de Paranaguá, chega com novidades para o novo ano letivo. A partir de hoje, todos os alunos do Ensino Fundamental passam a entrar na instituição às 07h30 e permanecem até 16h30.

O Ensino Integral foi adotado em um projeto pioneiro do Governo do Paraná e servirá de experimento para a implantação do formato em todas as 399 cidades. A escola, além das aulas previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ministério da Educação (MEC), também deve promover momentos de maior acolhimento, na tentativa de transformar o ambiente educacional em “zona segura” para os estudantes.

Entre as novas matérias, que serão ministradas no contraturno, estão Empreendedorismo, Educação Financeira, Projeto de Vida, Vivência Corporal, Práticas Experimentais, Projeto de Vida e outras.

Para a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), este é o caminho para desenvolver o lado humano e social das crianças e adolescentes, principalmente focando em situações que interfiram na rotina dos futuros adultos, ressaltando a necessidade de compreender a cidadania e diversidade, além de garantir a aproximação dos jovens com a tecnologia, o autoconhecimento, a cultura e a arte.