Cattalini capta cargas que antes iam para o porto de Santos


Por Marinna Prota Publicado 22/07/2021 às 11h12 Atualizado 16/02/2024 às 08h03

A capacidade instalada e a rapidez no desembarque foram pontos decisivos para que a Cattalini Terminais Marítimos aumentasse em muito a operação de óleos aquecidos, passando a trazer para Paranaguá cargas que usualmente eram levadas para o porto de Santos. As negociações permitiram quintuplicar o volume movimentado e, em comparação com o ano passado, foram 26 mil toneladas nos primeiros seis meses de 2020 e 128,7 mil toneladas no mesmo período deste ano.

A operação desse produto exigiu investimentos pela Cattalini, que se estendem até ao píer. A carga é desembarcada em uma tubulação especial e conduzida até tanques com isolamento térmico e serpentinas. Para manter a temperatura adequada – nem muito frio, que poderia fazer o óleo ser condensado, nem muito quente, que afetaria as características –, um sistema de caldeiras é acionado. Cada tipo de óleo exige condições específicas: palma deve ficar a 55°C, palmiste a 45°C e estearina a 70°C.

Além da infraestrutura disponível, a eficiência portuária em Paranaguá acabou sendo determinante para a mudança de rota. Lucas Guzen, gerente comercial da Cattalini, comenta que são cargas fracionadas, em volumes pequenos, com baixa margem. Assim, a operação fica pouco vantajosa se o navio tiver de esperar muito para atracar. Ele conta que, em Santos, a demora estava em 15 dias e, aqui, em apenas um ou dois. “Conseguimos captar oportunidades que viraram contratos”, relata. Os óleos aquecidos são usados na indústria alimentícia, principalmente para a fabricação de margarinas, iogurtes e chocolates e os grandes produtores mundiais são a Indonésia e a Malásia.

Supernavio

Navio gigante, como 228,39 metros, atracou no píer da Cattalini Terminais Marítimos Crédito: Divulgação

Mais um “gigante” atracou no píer privativo da Cattalini. Com 228,39 metros de comprimento (LOA), o “Hafnia Guangzhou” é ainda maior que o “Cielo Rosso”, recorde anterior que chegou em maio, com 228 metros de comprimento. Em média, os navios recebidos pela Cattalini têm entre 147 e 195 m. “Hafnia Guangzhou” atracou no dia 13, para descarregar óleo diesel. Lucas Guzen comemora o feito, destacando os esforços de operação de uma manobra dessa magnitude.

O gerente comercial também salienta os resultados positivos da empresa, com 3% de aumento no volume movimentado, em relação ao primeiro semestre de 2020. O destaque foi o desembarque de metanol, que subiu 28,25% em comparação ao primeiro semestre do ano passado. Em 2020, 76% de toda a importação de metanol do Brasil passou pela Cattalini em Paranaguá. O Brasil não produz metanol: todo o produto é importado e está presente na fabricação de biodiesel e na produção de resinas usadas na indústria moveleira.

Por Katia Brembatti