Adultos e idosos de Guaraqueçaba têm a oportunidade de aprender a ler e escrever
O Programa Escrevendo a Vida é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Ação Social de Guaraqueçaba em parceria com a Uninter que visa proporcionar a oportunidade de alfabetização para adultos e idosos da cidade. As inscrições estão abertas até o dia 14 de abril e o início das aulas está previsto para maio.
A matrícula é realizada com a psicóloga Raquel Machado no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da cidade (na Rua Salim do Carmo, Centro) e as vagas são destinadas para pessoas com, pelo menos, 50 anos de idade que não possuem condições de estudar de forma particular.
A secretária de Bem Estar, Jeiciane Camargo, explica que o projeto surgiu a partir da constatação de que muitos cidadãos não tiveram a oportunidade de estudar por conta dos mais diversos fatores, o que os impede de realizar diversas atividades corriqueiras, como assinar documentos.
“Sabemos que uma parcela dos nossos cidadãos não pôde estudar por conta do trabalho e vários outros motivos. Muitos ainda têm o sonho de um dia assinar o próprio nome em um documento e poder ler e compreender a escrita sem precisar da ajuda de ninguém. Foi por isso que criamos o programa”, afirma.
Sonho antigo
Dona Solange Ribeiro, de 46 anos, conta que está ansiosa para participar do projeto e realizar seu sonho de aprender a ler e escrever. “A vontade de estudar é grande. Eu acredito que quando alguém aprende a ler, isso muda a pessoa, até a forma de falar. É como enxergar um mundo novo porque abre a mente”, diz a aluna ao JB Litoral.
Impossibilitada de estudar na infância, ela fala que se mudava muito com a família, e não tinha tempo para isso, mas que se esforçou para aprender o alfabeto quando estudou à noite no colégio Batista.
“Ali eu comecei a aprender o alfabeto. Era difícil, mas eu tinha aquele desejo de estudar e me esforçava muito. Hoje em dia, até consigo copiar as palavras, mas não consigo formar elas sozinha e nem entender. Por isso, estou ansiosa para o começo das aulas, porque esse sonho é antigo e eu acredito que vou conseguir realizar”, conclui.
O Escrevendo a Vida também visa contribuir com o processo de envelhecimento ativo, saudável e autônomo dos participantes. Além dos benefícios educacionais, as aulas devem auxiliar na socialização e geração de novas oportunidades para o público-alvo.
“Vamos motivar nossos alunos, aumentar a convivência em comunidade e abrir novos caminhos do mercado de trabalho para eles. Por isso, incentivamos todos que precisam desse apoio a participarem e fazemos um apelo para que os jovens encorajem e ajudem seus parentes e amigos a se inscreverem nesta iniciativa”, salienta a secretária de Bem Estar.
Idosos precisam de óculos
O início das aulas estava programado para este mês de abril, mas foi adiado porque todos os matriculados apresentaram problemas na visão, o que levou Jeiciane a buscar exames e consultas com oftalmologistas através da Secretaria de Saúde.
“Nós estamos com oito alunos inscritos e todos eles são vulneráveis socioeconomicamente e precisam de óculos. Daí buscamos a Secretaria de Saúde para realizar os exames e conseguir comprar os óculos que custam entre R$ 500 e R$ 750”, explica.
Por isso, ela faz um apelo para que a população auxilie com doações para que os óculos possam ser adquiridos o quanto antes.
