Associação de Karatê Vale do Tigre comemora 12 anos de atuação em Paranaguá


Por Amanda Batista Publicado 10/04/2023 às 13h21 Atualizado 18/02/2024 às 08h50
Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023

A prática do karatê é uma atividade que vai além dos aspectos físicos, sendo considerada uma arte marcial que promove disciplina e equilíbrio entre o corpo e a mente. É com esse propósito que a Associação de Karatê Vale do Tigre vem promovendo a modalidade há 12 anos em Paranaguá, celebrados em março, e contribuindo com a saúde, educação e bem-estar das crianças e jovens parnanguaras.

Fundada pelo sensei Aníbal de Jesus Severo (em memória), a associação busca difundir a cultura do karatê e seus valores, como disciplina, respeito, humildade e superação. “Isso aqui é uma família, e, como toda família, tem seus altos e baixos, mas estamos aqui para aprender, conduzir a pessoa no mais alto pedestal que ela conseguir e levar a educação do karatê para as mais diversas áreas”, afirma o sensei Antônio Oswaldo Miranda, que conduz o Vale do Tigre junto com o sensei Diego Takeshi Miranda, após a morte de Aníbal, em setembro do ano passado.

Durante a comemoração do aniversário da associação, no dia 30 de março, na Arena Albertina Salmon, os integrantes da equipe homenagearam o sensei Aníbal e sua esposa, Akiko Hayashida. A equipe é composta por Natália Lachovicz Ferreira Chichoski, Diego Takeshi Miranda, Antônio Oswaldo Miranda e Ítalo Stieglitz, todos faixas-preta pela União Brasileira de Karatê. A faixa marrom Maria Eduarda Moura dos Santos também atua na Vale do Tigre como monitora.

Os mestres dão aula no CEU das Artes, no Jardim Iguaçu, na Arena Albertina Salmon, e no Centro de Iniciação ao Esporte Hélio Couto Alves, no Jardim Esperança. Atualmente, cerca de 40 alunos, com idades entre 5 e 100 anos, participam das aulas.

Com o apoio da Prefeitura de Paranaguá, o projeto inscreve os jovens na Federação Nacional e dá assistência àqueles que desejam competir pelo município. O sensei Miranda conta que não pressiona os alunos a entrarem nas competições, mas que elas ajudam no desenvolvimento pessoal.

Eu não gosto de pedir isso aos alunos, porque vai de cada pessoa. Porém, na competição, você aprende diversos valores; como o respeito às regras e o compromisso com a modalidade”, explica.

Durante a comemoração do aniversário da associação, o sensei Aníbal (em memória) e sua esposa, Akiko Hayashida, foram homenageados. Foto: Rafael Pinheiro/JB Litoral

Missão de vida


Miranda lembra que começou a treinar aos 26 anos, seu objetivo era se tornar uma pessoa melhor e mais paciente. “Eu comecei com o sensei Aníbal (em memória), ele foi meu tutor e depois meu parceiro de trabalho durante 38 anos. Então, nossa relação era como de amigos, pai e irmão. Quando ele foi viver na vida espiritual, eu assumi parte da responsabilidade pela associação”, diz o mestre.

Na época em que iniciou as aulas, sem investimento do poder público ou de empresas privadas, Miranda conta que os alunos chamavam os incentivos de “paitrocíneo”, já que as viagens para competições eram bancadas por pais, familiares ou amigos. Quando não conseguiam ajuda de terceiros, os caratecas trabalhavam e utilizavam os dias de folga para competir.

As competições eram mais escassas e as renomadas eram muito difíceis. Mesmo assim, a gente participava. Apesar disso, decidi me tornar professor, então comecei a aprender ajudando o sensei Aníbal na academia”, comenta.

No início dos anos 2000, o filho do sensei Miranda, Diego Miranda, começou a treinar com o pai, mas logo em seguida o irmão, Luis Gustavo Toshio Miranda, sofreu um grave problema de visão e precisou de tratamento. Diante da situação, a família acabou se afastando da arte marcial.

Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
Os senseis Diego Miranda e Antônio Miranda comandam a associação. Foto: Rafael Pinheiro/JB Litoral


Nesse tempo, eu tive que largar do karatê e pegar tudo o que eu tinha para pagar a operação. Logo depois, ocorreu o falecimento da mãe deles em 2004. Foi um momento difícil, eu e meu filho Luis Gustavo tivemos depressão e voltamos a praticar a luta apenas em 2006, quando recebi o convite para dar aula junto ao sensei Aníbal“, afirma Miranda.

  • sensei Diego e Miranda
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê, Rayane - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023
  • Associação Vale do Tigre - Aniversario Caratê, Karatê - 31-03-2023

Seguindo os passos do mestre


Recentemente, a equipe levou seis atletas para Campo Largo a fim de participar de um credenciamento técnico, mesário e árbitro. “Esperamos que mais tarde eles assumam o nosso lugar. Para isso, tem que haver um aprimoramento cada vez maior das regras desportivas. Assim, quando chegar na vez deles de fazer o exame de faixa preta, eles já conhecem as regras de arbitragem”, explica o sensei.

A avaliação técnica da modalidade requer tempo. Para adquirir as faixas brancas ou amarelas, é preciso treinar todos os dias. Já na faixa azul, é realizada uma avaliação aos seis meses. A partir dela, a avaliação é anual e segue para as faixas verde, laranja, roxa e marrom, quando o carateca precisa ser avaliado por dois anos seguidos para se tornar aspirante à faixa preta. Ao todo, o atleta leva nove anos até se tornar mestre de karatê.

No karatê, nós promovemos o indivíduo, a gente não reprova, queremos que eles cresçam em vários aspectos. No exame, procuramos ver o melhor de cada aluno. A paixão pelo comitê e pelo kata é de cada um. É aquele amor que o aluno diz ‘eu gosto de kata, que é uma forma de defesa e ataque, vou estudar e aprender’, enquanto tem outros que gostam de comitê, que é a luta, mas a nossa missão aqui é ensinar”, conclui Miranda.

Para quem quiser treinar karatê na Associação Vale do Tigre, é necessário preencher uma ficha de inscrição disponibilizada pelo sensei Miranda. Para falar com ele, o contato é (41) 98413-5942.