Bebês de seis meses com comorbidades podem receber vacina contra a Covid, em Paranaguá


Por Luiza Rampelotti Publicado 22/11/2022 às 12h52 Atualizado 17/02/2024 às 22h13

A descoberta de uma nova linhagem da ômicron – variante da Covid-19 – no Brasil; a nova onda de casos de coronavírus na Europa e a alta de testes positivos em laboratórios particulares e farmácias no país elevam a preocupação sobre uma faixa que ainda não foi atendida pela vacinação: a de bebês e crianças pequenas.

Em Paranaguá, a partir desta quarta-feira (23), pais e responsáveis por bebês com seis meses de idade que possuem algum tipo de comorbidade poderão vacinar seus filhos contra o coronavírus. A imunização acontece no Terminal Urbano e na subprefeitura do Nilson Neves, das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira.

Para os bebês, a vacina aplicada será a “Pfizer Baby” e o esquema vacinal será composto por três doses. As duas primeiras devem ser administradas com quatro semanas de intervalo, e a última com, pelo menos, oito semanas após a segunda dose. É preciso um intervalo de, no mínimo, 15 dias após qualquer outra vacina que a criança tenha recebido.

Por enquanto, a vacinação é somente para bebês com seis meses e com comorbidades, porém, posteriormente, a faixa etária será aumentada.

A ampliação da faixa etária ocorrerá gradativamente. Chamamos neste momento os pais e mães e lembramos da importância da imunização para evitarmos que nossas crianças sejam acometidas pela Covid-19”, destaca a secretária municipal de Saúde, Lígia Regina de Campos Cordeiro.

Para a aplicação da vacina, é necessário que os pais ou responsáveis legais pela criança estejam presentes. Além disso, é preciso portar certidão de nascimento do bebê, carteirinha de vacinação, documento de identidade e CPF do responsável, além de laudo médico informando a comorbidade.

Confira a lista completa das comorbidades indicadas pelo Ministério da Saúde, por meio do Plano Nacional de Operacionalização contra a Covid-19 clicando aqui.  

Imunizante “Pfizer Baby” para bebês de seis meses a quatro anos tem a cor da tampa e da borda do rótulo vinho. Foto: Prefeitura de Paranaguá

Segundo estudo, maioria dos casos são em crianças sem comorbidades

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em 16 de setembro o imunizante da Pfizer que pode atender crianças entre 6 meses e 2 anos e 11 meses de idade. O Ministério da Saúde, no entanto, limitou a vacinação nessa faixa etária apenas para casos de pessoas com comorbidades.

Entretanto, um estudo brasileiro publicado na revista científica Lancet analisou 11.613 casos de covid em crianças e adolescentes. A conclusão foi de que em 8.352 (71,9%) das ocorrências não havia comorbidade prévia. A mesma situação foi registrada em metade das mortes nessa faixa etária.  

Uma nota conjunta das Sociedades Brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) disse que a carga da doença na população brasileira de crianças até 5 anos é relevante. O documento cita que, apenas em 2022, foram registradas 12.634 hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave decorrente de Covid com 463 mortes confirmadas.

“Atualmente, com a circulação predominante da variante ômicron e suas diversas sublinhagens em nosso país, esse quadro se mantém, com maior risco de hospitalizações, complicações e mortes em pessoas não vacinadas ou com esquemas incompletos. Da mesma forma, observamos também entre as crianças um aumento no risco de ocorrência de formas graves da doença“, afirmam as entidades.

*Com informações da Prefeitura de Paranaguá