Com 76 cargos comissionados e apenas 19 servidores efetivos, Câmara de Guaratuba autoriza abertura de concurso público


Por Flávia Barros Publicado 18/10/2023 às 00h39 Atualizado 19/02/2024 às 02h33
Câmara discorda que TCE possa interferir na questão da proporcionalidade entre comissionados e efetivos Foto: Divulgação

Sem realizar concurso público desde 2013 e, atualmente, com quase quatro vezes mais funcionários comissionados (76) do que servidores de carreira (19), a Câmara Municipal de Guaratuba está autorizada a realizar o certame, por meio da portaria nº 503. O documento assinado pela presidente da Casa, vereadora Cátia Regina Silvano (Pros), a Cátia do Doro, foi publicado no último dia 11, data em que começou a valer.

Além de autorizar a abertura de concurso público de provas e títulos para provimento de cargos do Quadro de Pessoal Efetivo do Poder Legislativo Municipal, a portaria também institui a Comissão Especial do Concurso Público (detalhada pela Portaria nº 502, da mesma data) que “adotará as medidas necessárias para a execução e coordenação do Concurso Público e as demais atribuições que lhe forem conferidas”, diz trecho do documento a que o JB Litoral teve acesso.

Desproporcional

A Câmara de Guaratuba é alvo de um processo de Tomada de Contas motivado, em 2020, por não atender recomendação do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) sobre a desproporcionalidade dos cargos comissionados em relação aos efetivos. Atualmente, a Casa de Leis conta com 76 servidores comissionados e 19 efetivos, com a atuação de outros 3 servidores cedidos de outras unidades. No início do processo, o então presidente da Câmara e seus dois antecessores foram penalizados por não regularizarem quadro de servidores comissionados da entidade, conforme determinado pela Corte. O processo ainda está em tramitação e tem o objetivo de identificar o(s) responsável(eis) e qual o valor terá que ser devolvido aos cofres do município. O responsável pelo processo é o conselheiro Durval Amaral.

Pedido da Câmara

No último mês de julho, a Câmara de Guaratuba respondeu ao TCE, defendendo a necessidade dos cargos comissionados e discordando da competência do Tribunal em entrar na seara da proporcionalidade entre cargos efetivos e comissionados, questão que seria corrigida com o concurso em vias de ser realizado.

Sem previsão

Para arcar com os salários dos comissionados, a Câmara de Guaratuba gasta R$ 3 milhões por ano. Ainda não há data definida para lançamento do edital do concurso.