Com amamentação coletiva, mães de Pontal do Paraná participam de movimento mundial


Por Flávia Barros Publicado 14/08/2023 às 17h24 Atualizado 18/02/2024 às 20h10
mamaço - amamentação

Neste mês, Pontal do Paraná está se unindo a uma iniciativa global para celebrar o “Agosto Dourado”, um movimento que ressalta a importância da amamentação para a saúde e o desenvolvimento dos bebês. A Organização Mundial de Saúde (OMS) designou agosto como o mês dourado para simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação, associando a cor ao padrão ouro de qualidade do leite materno, considerado o alimento completo e ideal para os primeiros seis meses de vida do bebê.

Para reforçar a importância do aleitamento e aderir ao movimento global, o programa “Mãe Pontalense” está organizando um evento especial chamado “Hora do Mamaço”. A ação de amamentação coletiva está programada para esta terça-feira (15), às 14 horas, na Casa de Cultura do balneário Primavera (avenida Tom Jobim, 902). O encontro busca encorajar mães e famílias a se envolverem na prática da amamentação, além de criar uma atmosfera de apoio e compartilhamento.

De acordo com a secretária municipal de Saúde, Josinéia Araújo, as Unidades Básicas de Saúde já estão com decorações temáticas, chamando a atenção para a causa. Ela também explica sobre o programa. “O ‘Mãe Pontalense’ foi lançado em março deste ano em parceria entre as secretarias municipais de Saúde e Assistência Social, e colaboração com o Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar), e desempenha um papel fundamental na promoção da amamentação e nos cuidados abrangentes para mães e bebês”, diz.

A secretária ainda informa que os encontros mensais do programa têm se mostrado uma fonte valiosa de conhecimento para os participantes. Com palestras, dinâmicas interativas e oficinas práticas, a iniciativa aborda desde o período pré-natal até os cuidados durante os dois primeiros anos de vida da criança.

Encontros do programa Mão Pontalense acontecem uma vez por mês. Foto: Prefeitura de Pontal do Paraná


Luta contra tabu


De acordo com a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), por ano, cerca de seis milhões de vidas são salvas no mundo por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de idade. O indicativo é tão positivo devido ao leite materno ser considerado o alimento mais completo, com todas as proteínas, vitaminas, gorduras, água e os nutrientes necessários para o saudável desenvolvimento dos bebês.

Bruna Mariotti, esposa do prefeito Rudão Gimenes (MDB), amamenta o filho do casal. Foto: Arquivo pessoal

Embora seja um ato natural, de amor e empenho das mães, a amamentação ainda é cercada de tabus e há quem critique a prática em público, por exemplo. Uma defensora da amamentação e que participa do “Mãe Pontalense” é a primeira-dama da cidade, Bruna Mariotti, que conversou com o JB Litoral.

Bruna é mãe do Pedro, atualmente com 1 ano e 9 meses. Ela conta que ele sempre preferiu locais mais tranquilos para mamar, mas que ela nunca hesitou em amamentar em locais públicos.

Ainda é um tabu para a sociedade a mulher amamentar em locais públicos. Como o Pedro sempre preferiu mamar em ambientes sem muita distração e barulho, tentava amamentá-lo em locais mais reservados. Claro que não foi possível 100% das vezes, porque amamentei em livre demanda por bastante tempo, mas sempre que precisei amamentar em público, fiz sem receio algum, sabendo que era alimento e acalento para meu bebê”, conta.

Divulgar para fortalecer


Para Bruna, quanto mais informadas mais as mulheres se sentirão seguras em amamentar. “Apesar de hoje sabermos que o aleitamento materno é, indiscutivelmente, melhor do que a fórmula infantil, vejo que falta divulgação dessa informação para a população como um todo e também falta incentivo para as gestantes e recém mães. Deveria haver mais envolvimento dos pediatras e obstetras, hospitais e equipes, e mais políticas públicas sobre o assunto”, defende.

Atualmente, o pequeno Pedro está com 1 ano e 9 meses e participa ativamente da vida dos pais. Bruna detalha como está a fase do desmame, que começou aos poucos.

Eu ainda amamento antes de ele dormir, à noite. Mesmo tendo voltado a trabalhar quando ele ainda tinha três meses, consegui adequar minha rotina a dele, mantendo a amamentação em livre demanda por muito tempo. Como meu trabalho é perto de casa, conseguia ir até ele tranquilamente. Mas sei que esse processo é bem complicado para a maioria das mulheres, uma vez que grande parte volta a trabalhar aos quatro meses do bebê e ficam o dia todo fora”, conta.

A primeira-dama também orienta as mulheres a sempre procurarem ajuda e não passarem por dificuldades sozinhas. “Gostaria de incentivar as mulheres a amamentarem seus bebês. Procurar ajuda quando as dificuldades surgirem, seja no posto de saúde, ou com consultoras de amamentação, ou mesmo com pessoas próximas que já passaram por esse processo. A amamentação, além de ser prática e econômica, traz inúmeros benefícios para o bebê e para a mãe e, acima de tudo isso, é um ato de carinho e de amor”, finaliza Bruna Mariotti.