Com volta do imposto federal sobre gasolina e etanol, parnanguaras já sentem no bolso novos valores dos combustíveis


Por Flávia Barros Publicado 02/03/2023 às 22h23 Atualizado 18/02/2024 às 05h58

Março chegou e, com ele, uma notícia nada agradável para a vida financeira dos parnanguaras e de todos os brasileiros: gasolina e etanol mais caros. Dessa vez, o motivo já era previsto, pois a volta da cobrança de impostos federais tinha data para acontecer desde que foi anunciada, no ano passado. A desoneração terminou na quarta-feira (1º) e, mesmo os preços praticados pelos postos não sendo tabelados, o repasse do tributo era estimado em representar cerca de R$ 0,34 por litro na bomba. Isso porque na véspera do retorno da cobrança, a Petrobras anunciou a redução dos preços, o que impactou no valor total do aumento, o deixando menos salgado, se é que seria possível classificá-lo assim.

REPASSE MAIOR

Mas, segundo o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná (Paranapetro), algumas das principais distribuidoras repassaram aos postos elevações de preço acima do anunciado na volta dos impostos federais, alegando que a medida provisória demorou a ser editada e, por conta disso, previram reajustes maiores. Após pedido de informações do Paranapetro, nessa quarta-feira (1º), a partir de diversas reclamações de revendedores (postos), as distribuidoras se comprometeram a fazer ajustes em seus valores. O Paranapetro também reforçou que não formata ou regula preços, e que o mercado é livre e regido pela concorrência.

MAIS DINHEIRO, MENOS COMBUSTÍVEL NO TANQUE

Em posto do Parque São João, gasolina comum sofreu reajuste de R$ 0,46 logo no primeiro dia de volta da cobrança dos impostos federais. Foto: JB Litoral

Nesta quinta-feira (2), o JB Litoral esteve em um posto da avenida Governador Bento Munhoz da Rocha Neto, no Parque São João, e conversou com um motorista. No local, o litro da gasolina comum estava sendo vendida a R$ 5,85, valor reajustado logo no primeiro dia da desoneração, quando o preço na bomba era de R$ 5,39, um aumento de R$ 0,46 por litro. Para o morador do Jardim Samambaia, Luiz Santana, que gasta R$ 500 com combustível por mês, a diferença vai pesar no bolso. “Nossos salários não acompanham esses reajustes, só a população que sofre com tanto aumento“, disse.

COMPOSIÇÃO DO AUMENTO

Desde essa quarta-feira (1º), o preço médio da gasolina vendida para as distribuidoras foi reduzido em 3,93%. Mas, no mesmo dia, voltaram a ser cobrados impostos federais sobre os combustíveis. O governo anunciou a volta parcial da cobrança da alíquota de PIS/Cofins na gasolina e etanol. O retorno dessa cobrança representaria cerca de R$ 0,47 a mais no litro da gasolina. No entanto, com a queda de R$ 0,13 anunciada pela Petrobras para as distribuidoras, o impacto sobre a gasolina deveria ficar em R$ 0,34. A redução do preço dos combustíveis nas refinarias serviu para minimizar a volta dos impostos. Já para o etanol o aumento foi bem menor, de R$ 0,02 com a volta dos impostos. Se não houvesse a redução do preço da Petrobras e se a volta dos impostos federais fosse integral, o valor para o consumidor seria maior ainda, de acordo com a Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis). O impacto na bomba seria de R$ 0,69 por litro de gasolina e R$ 0,24 por litro de etanol, também segundo a associação.