De pequeno atracadouro ao maior porto graneleiro da América Latina: 88 anos do Porto de Paranaguá
Inaugurado oficialmente em 17 de março de 1935, o Porto de Paranaguá enfrentou uma série de mudanças estruturais e administrativas até alcançar o status de maior exportador de grãos do Brasil.
Situado em um ponto estratégico da região, ele está localizado onde nasceu a primeira ferrovia do Estado, a Paranaguá-Curitiba, criada em 1885, que contribuiu com o desenvolvimento da atividade portuária no município.
Inicialmente, o porto surgiu na forma de um pequeno atracadouro, em 1872, administrado de forma particular. Já em 1917, a estrutura passou a ser controlada pelo Governo do Paraná e ficou conhecida como Porto Dom Pedro II, em homenagem ao Imperador do Brasil. Três anos depois, a atividade já acompanhava o comércio internacional e transportava madeira, período que ficou conhecido como Ciclo de Exportação da Madeira.
Daquela época até a inauguração oficial, o porto recebeu os primeiros blocos de atracação e a visita do Comandante Alcídio, primeiro navio atracado nas águas parnanguaras. Sob a direção do Estado, ele foi ampliado e recebeu melhorias estruturais que levaram ao primeiro recorde da companhia na década de 60, com um milhão de toneladas movimentadas. O Porto de Paranaguá também fez parte da história da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, pois os materiais utilizados na obra foram transportados por meio dele.
Nos anos 70, com o aumento do transporte de carga na região, foi criada a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), órgão responsável por administrar de forma conjunta ambos os portos. Naquela mesma década, também foi realizada a dragagem do Canal da Galheta para aumentar a capacidade de receber os navios.
Desde então, o porto cresceu em dimensão e capacidade de movimentação de produtos para importação e exportação ao investir em estrutura e tecnologia. Atualmente, o Porto de Paranaguá é conhecido como o maior porto graneleiro da América Latina.
Recordes em exportação e reconhecimento internacional
Além de exportar carnes e grãos do próprio Paraná, o Porto de Paranaguá também é responsável pelo escoamento de produtos e commodities do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Outro serviço de destaque é o fornecimento de combustível para veículos marítimos. Em toda a região, o Porto de Paranaguá é um dos únicos que realiza o abastecimento com óleo bunker, o que atrai diversas embarcações para a área.
Somente em 2022, o porto parnanguara registrou a maior parte das 58,3 milhões de toneladas de cargas movimentadas pela Portos do Paraná (antiga APPA), companhia pública responsável pela atividade portuária de Paranaguá e Antonina. O volume é 1,53% maior que o registrado em 2021, com 57,5 milhões de toneladas, que também já havia sido recorde de movimentação.
A qualidade dos serviços prestados pela companhia rendeu o prêmio de melhor gestão portuária do País na premiação Portos+Brasil, e o reconhecimento como a única autoridade portuária do mundo a ser convidada a participar da Conferência do Clima da ONU (COP-27).
Já na área ambiental, a empresa foi premiada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) com 1º lugar em Conformidade Regulatória e o porto público de grande porte mais bem avaliado do País no índice de desempenho ambiental.
O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, conta que os resultados são fruto do trabalho pautado em estratégias de longo prazo. “Para crescer de forma sustentável, nosso planejamento é pensado a médio e longo prazo. É dessa forma que conseguimos manter o porto eficiente e atrativo, com grandes investimentos e projetos, sempre traçando planos para os próximos anos”, afirma o diretor.
Obras em andamento e foco no futuro
Entre as grandes obras em andamento está o Projeto Cais Leste – Moegão. Com um investimento de R$ 592 milhões, o projeto vai centralizar a descarga dos trens que chegam ao Porto de Paranaguá, ampliar a participação do modal ferroviário e foca no futuro da logística no estado e no cenário nacional.
“Aos 88 anos, a Portos segue de olho no futuro, é por isso que grandes projetos estão em execução pelo governo do estado do Paraná, enquanto o nosso trabalho continua com a missão de atrair novos investimentos para o porto e para o estado, com o leilão de novas áreas de arrendamento até o final do ano“, ressalta o diretor-presidente.
A empresa se prepara para leiloar quatro áreas em 2023. A PAR09, de 26.576 metros quadrados, é destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais. Localizadas a leste, a PAR14 (49.841 metros quadrados) e a PAR15 (38.859 metros quadrados) são destinadas à movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais.
A PAR 03, ainda em fase de estudo, de 38 mil metros quadrados, será destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos minerais, principalmente fertilizantes. Com as novas arrecadações, os investimentos privados já previstos pela autoridade portuária podem chegar a R$ 3 bilhões nos próximos anos.
Celebração dos 88 anos
Para comemorar o 88° aniversário do Porto de Paranaguá, dois eventos estão programados para o sábado (18). Pela manhã, às 8h30, acontece o 1º passeio ciclístico Porto Cidade. À tarde, às 16h, a Esquadrilha da Fumaça fará uma apresentação especial com sete aeronaves.
O diretor-presidente, Luiz Fernando Garcia, destaca a importância de celebrar o impacto positivo do porto no Litoral.
“São dezenas de milhares de reais por mês injetados pela atividade portuária e quase 10 mil empregos diretos em Paranaguá e em Antonina. Em nome de toda a diretoria, agradeço a todos que trabalham diariamente para que nossos portos continuem sendo referência em todo o Brasil“, conclui o diretor.
Passeio ciclístico em comemoração aos 88 anos do Porto de Paranaguá será realizado no sábado (18)
*Com informações da Portos do Paraná
