Escola Eva Cavani, em Paranaguá, inaugura obra de ampliação de refeitório e espaço para terapia ocupacional


Por Luiza Rampelotti Publicado 09/12/2022 às 16h12 Atualizado 17/02/2024 às 23h35

Na quinta-feira (8), a Escola Municipal Eva Cavani, em Paranaguá, realizou a inauguração da ‘casinha’ da Terapia Ocupacional e da ampliação de seu refeitório. As obras só foram possíveis graças à participação da Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) da instituição na Feira da Partilha de 2022.

Através da Feira, realizada com o apoio da Receita Federal, instituições sociais são beneficiadas com recursos obtidos por meio da venda de objetos apreendidos e doados pela Receita.

Com o valor recebido pela Escola Eva Cavani, conseguimos fazer a ampliação do refeitório, que já estava pequeno para atender a demanda dos nossos alunos, e também construir a casinha da TO, uma casa específica para que os estudantes aprendam as atividades de vida diária, como lavar roupa, fazer comida, arrumar a cama, organizar uma casa. O objetivo é auxiliar na independência deles”, explica a diretora da escola, Andréa Elias de Paula.

Na imagem à esquerda o novo refeitório dos alunos; na direita, a casinha de terapia ocupacional, onde os estudantes aprenderão as atividades diárias de um lar. Foto: JB Litoral

Atualmente, 235 alunos estão matriculados na instituição de ensino de educação especial. A escola atende crianças a partir dos 10 anos, no Ensino Fundamental, e não há terminalidade de idade.

Temos alunos com 70 anos. Nossa escola tem função pedagógica, temos o Ensino Fundamental e a Educação de Jovens e Adultos, com adaptação curricular devido à dificuldade cognitiva dos estudantes, mas eles aprendem a ler e escrever”, diz Andréa.

Recreio era dividido

Antes da ampliação do refeitório, a instituição precisava dividir o recreio em duas partes, para dar conta de atender a todos os alunos de maneira satisfatória. Agora, eles podem sair ao mesmo tempo para fazer o lanche, já que o novo ambiente abriga a todos.

Além disso, a ‘casinha’, como é chamado o espaço onde eles aprenderão as atividades diárias do lar, também começará a funcionar em breve, já que já existe uma Terapeuta Ocupacional à disposição da escola.

20 anos de Feira da Partilha

O delegado da Receita Federal, Gerson Faucz, esteve na escola no evento de inauguração. Ele explica que as doações da Receita são realizadas baseadas em projetos que as instituições apresentam e a Feira da Partilha os concentra, promovendo um evento único para a venda dos materiais apreendidos e doados.

Em cada inauguração, sentimos muito orgulho em ver a interação entre a sociedade, Receita Federal e a Feira da Partilha. Aqui na Eva Cavani, por exemplo, estamos juntos desde o início com as apreensões de mercadorias, doação, a Feira para arrecadar dinheiro, e a construção destes espaços para atender os alunos que precisam de acolhimento e de estrutura para serem atendidos”, diz.

A idealizadora da Feira da Partilha é Regina Daux, funcionária aposentada da Receita Federal e que deu início ao projeto há 20 anos, em Paranaguá. Após um período de pausa, a feira voltou a acontecer em 2019, com todo vapor.


É gratificante realizar este projeto porque estamos devolvendo para a sociedade o que tentaram tirar dela através do contrabando e descaminho. Eu, como funcionária aposentada da Receita, me sinto orgulhosa de devolver de alguma forma para quem precisa, para os excluídos, invisíveis da nossa sociedade”, comenta.

Ela afirma que de nos últimos quatro anos, mais de 80 instituições do Litoral já foram beneficiadas pela Feira da Partilha; isto é, tiveram seus projetos aprovados pela Receita Federal e puderam participar do evento, recebendo um valor do total arrecadado com as vendas para a realização de suas propostas.  

Ano que vem tem mais

Lisângela Faucz, que também auxilia na organização da feira, conta que todo o processo pós evento é fiscalizado pelas organizadoras. “As instituições recebem o valor do projeto, e então começamos com eles os trabalhos, seja de reforma ou construção. Eles vão fazendo as etapas e nos informando, nós vamos visitando e acompanhando. Depois da doação existe o trabalho de prestação de contas e fiscalização, afinal, eles têm seis meses para prestar contas para a Receita Federal sobre o que fizeram com o dinheiro recebido”, conta.

Para o ano que vem, a APMF da Escola Eva Cavani já foi aprovada para participar da próxima Feira da Partilha, que acontece em janeiro. Desta vez, a entidade receberá recursos para construir a ‘sala dos sentidos’, um espaço específico, para fisioterapia, preparado para fazer a estimulação necessária em cada aluno, independentemente de seu diagnóstico. Também será construída uma sala própria para os atendimentos médicos.  

A tesoureira da APMF, Fátima Cristina Martins de Freitas, conta que a associação possui 14 voluntários que trabalham em conjunto para conquistas melhorias para a Escola Eva Cavani. “A Feira da Partilha nos trouxe esperança. A escola se tornou mais alegre, porque os próprios alunos veem o que está acontecendo, o que está sendo construído e reformado, e se sentem valorizados. Nosso sentimento é de gratidão por saber que existem pessoas que têm esse olhar para nossa escola, nossos alunos, nossas necessidades”, conclui.