Família tenta salvar Canforeira centenária da Praça Coronel Macedo, em Antonina
Uma Canforeira centenária (107 anos) da Praça Coronel Macedo, em Antonina, tem sido alvo de depredação por vândalos, mesmo após a intervenção da família Pinto e amigos para protegê-la. A árvore é da espécie Cinnamomum camphora e é conhecida por suas propriedades medicinais antissépticas, descongestionantes, calmantes, anti-reumáticas e analgésicas.
Desde 2015, Eduardo Nascimento, professor aposentado da Universidade Federal do Paraná (UFPR), solicitou intervenção da gestão municipal para preservar a Canforeira, que estava abandonada e corroída por cupins.
Naquele ano, Eduardo postou um pedido de ajuda à Secretaria Municipal do Meio Ambiente em suas redes sociais. Desde então, membros da família têm tentado proteger a árvore.
“A centenária Canforeira da Praça Macedo segue abandonada, mas ainda resiste ao tempo. Já convoquei vários amigos e especialistas no assunto, mas faltam ações. Hoje, Dia da Árvore, resolvi solicitar ajuda à Secretaria de Meio Ambiente e encontrei a boa vontade do secretário Mattoso, que ficou de encaminhar o pedido ao seu corpo técnico. Quando não podemos salvar uma floresta, tentamos, ao menos, salvar uma árvore para comemorar a vida”, argumentou o professor na época.
Em 2018, a árvore foi cortada, mas o tronco brotou e a família decidiu salvá-la com uma grade. Eles compraram o material com recursos próprios e trabalharam com as próprias mãos, unidos em um objetivo comum: proteger a Canforeira.
“Passavam todos os dias para verificar os brotos que estavam surgindo, felizes e esperançosos com a luta dela, até que um dia, quando chegaram para fazer a visita rotineira, tomaram um susto, os brotos foram arrancados. Eles ficaram indignados, então resolveram fazer uma grade como proteção”, conta Lizângela Pinto Siqueira.
Árvore foi plantada em 1916
Alcimar Meira Gonçalves, famoso contador de história do município e guia turístico, também se juntou ao esforço de preservação da árvore. Ele destacou a importância histórica da Canforeira para os moradores e visitantes da praça.
“No ano de 1916, o prefeito de Antonina, coronel Antônio Ribeiro Macedo, plantou, na antiga Praça da República, um pé de cânfora, que cresceu, adoeceu e foi cortado. Em 2018, descobrimos que o velho cepo brotou e estava vindo com toda força e unimos esforços para preservá-lo”, disse.
Conforme a passagem do tempo, protegida por um cercadinho, ela cresceu, mas continuou sendo depredada por pessoas mal intencionadas. Ao final do ano passado, a grade já não era suficiente para salvaguardar a Canforeira.
“Foi preciso tirar a parte de cima porque ela havia crescido, porém, foi o bastante para a atacarem novamente. Daí decidimos planejar e arrecadar fundos para colocar uma rede de proteção maior. Já fizemos o orçamento, e agora, assim que tivermos os recursos necessários, vamos instalar a nova grade”, explica Lizângela.
No final de março de 2023, a árvore histórica sofreu mais um ataque. A família clama pelo apoio do Poder Público e dos moradores locais para que ajudem a preservar o patrimônio histórico de Antonina.
“Nós queremos deixar registrado esse apelo para que os antoninenses cuidem e preservem a Canforeira. Além dela ser um patrimônio histórico da nossa cidade, também tem efeitos medicinais. Porém, para usufruirmos desses benefícios, precisamos da colaboração de todos”, conclui Lizângela.
O JB Litoral procurou a Prefeitura de Antonina para saber se existe alguma medida de preservação da árvore histórica. No entanto, até a conclusão desta reportagem, não houve retorno.
