Mais de 1.000 alunos de direito foram formados no único curso do litoral


Por Marinna Prota Publicado 11/08/2021 às 10h37 Atualizado 16/02/2024 às 09h52

Há 194 anos teve origem os dois primeiros cursos de direito no Brasil: a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, e a Faculdade de Direito de Olinda, em Pernambuco. Com a criação do bacharelado o dia 11 de agosto se tornou a data oficial para a comemoração do Dia do Advogado. O JB Litoral conversou com o coordenador do curso de direito da ISULPAR, que falou sobre as nuances da profissão e relembrou a importância do profissional para a sociedade.

“Por enquanto no litoral, nós somos o único curso de direito existente, temos mais de dez anos que a primeira turma se formou. Passamos por todas as avaliações necessárias através do Ministério da Educação (MEC) e estamos 110% quites a nossas obrigações”, contou Bruno Gasparini, doutor em direito e Coordenador do curso no Instituto Superior do Litoral do Paraná (ISULPAR). A profissão, que é uma das mais utilizadas por toda a sociedade tem para si uma grande responsabilidade: atuar perante a justiça a fim de expor os fatos e conseguir com que a aplicação da lei seja feita da forma mais coerente possível.

Em tempos de pandemia, com a impossibilidade de ministrar aulas presenciais, as instituições apostaram em técnicas de ensino a distância. No caso da instituição parnanguara, isso se tornou referência e, após aprovação do MEC, agora se tornou uma realidade em forme de oferta de curso de direito EAD.

“Agora surgiu um fato novo, a aprovação do curso de direito EAD, fruto de todo esse tempo pandêmico. Havia antes uma forte resistência a isso, principalmente por parte da OAB, mas agora os cursos estão disponíveis. Isso é motivo de alegria, nos fazer melhor constantemente e aproveitar o que aprendemos com o tempo que precisamos adotar as atividades remotas”, explica o coordenador.

Cerca de 1.000 bacharéis

Com espaço na atuação tanto no judiciário, quanto nas promotorias de justiça e na própria polícia, os alunos, que posteriormente se formam bacharéis em direito, possuem uma extensa gama de trabalho. Para aqueles que não atuam como advogados, pois é necessário passar por um teste de aprovação da OAB, há o caminho das delegacias de polícia, já que delegados, por exemplo, precisam ter conhecimento suficiente dos trâmites judiciais.

“A gente tem uma média anual de uns 80 formandos, já tivemos 11 turmas, pelo menos 1.000 acadêmicos já conseguiram se formar conosco. Grande parte da advocacia do litoral, seja os que trabalham em cartórios judiciais e extrajudiciais, os técnicos do tribunal de justiça, alguns do Ministério Público, muitos deles tiveram a oportunidade de estudar conosco e garantir o seu lugar no mercado de trabalho”, ressaltou Bruno.

Dia do Advogado

Bruno Gasparini, coordenador do curso de Direito da ISULPAR, em Paranaguá.

Responsável por realizar dezenas de ações sociais, com assistência jurídica no litoral, a ISULPAR faz trabalhos de orientação para a população carente, caso de pescadores e ribeirinhos. Mesmo durante a pandemia, os atendimentos foram realizados, na medida do possível. O coordenador do curso de direito pontua que após a saída da defensoria pública do litoral, a atuação dos acadêmicos no núcleo de prática jurídica continuou sendo primordial para amparar a sociedade litorânea como um todo. De maneira gratuita, os jovens estudantes atendem a população em busca da justiça.

“Houve um aumento muito grande da demanda, as pessoas precisam mesmo ter acesso à justiça, e o curso de direito da ISULPAR nunca se furtou dessa prerrogativa e dessa missão institucional. São milhares de causas ajuizadas e anualmente realizamos cerca de 400 atendimentos, para que as pessoas tenham seu direito assegurado”, diz Bruno Gasparini

Sobre a data comemorativa, ele afirma “é uma data muito importante a ser comemorada, que lembra a necessidade da valorização deste profissional. Para que ele possa servir a própria excelência da sua função prioritária, que é ajudar a população a terem os seus direitos e garantias assegurados ou que eles possam acessar o judiciário para ter a expectativa de que as injustiças sejam corrigidas. Deixo as minhas felicitações a todos os advogados que militam no litoral, aos nossos egressos e a todos que atuam em busca da defesa da sociedade”.