Moradores do Litoral mais afetados pela chuva começam a receber donativos


Por Flávia Barros Publicado 01/12/2022 às 23h12 Atualizado 17/02/2024 às 22h57

A ajuda tão necessária começa a chegar para as famílias mais afetadas pelas chuvas intensas que provocaram alagamentos, deslizamentos e enchentes nos municípios do Litoral ao longo dessa semana. São muitas as frentes movidas pela solidariedade, a exemplo da Polícia Civil, que arrecadou doações até esta quinta-feira (1º); de Antonina que organiza a coleta de doações e pede a colaboração de seus moradores para ajudar a vizinha Morretes; a Prefeitura de Curitiba que começou a campanha nesta quinta; Guaratuba com postos arrecadando para auxiliar as comunidades rurais até o final da tarde desta sexta-feira (2). Tudo dinâmico e fazendo chegar alimentos e materiais de higiene a quem teve suas vidas impactadas pelo grande volume de chuva, a exemplo dos moradores de Guaraqueçaba, que receberam nesta quinta (1º), 100 cestas básicas, metade delas doadas por uma parceria entre a Rede Sorella e o Banco Itaú, com apoio da deputada Cristina Silvestre (CDN). A advogada Danielle Couto explicou que a ação se estendeu aos três municípios mais prejudicados.

Considerando as fortes chuvas que assolam nosso Estado, antecipamos o início da nossa ação de natal, destinando alimentos aos municípios de Guaraqueçaba, Morretes e Guaratuba. De imediato destinamos 150 cestas básicas, 50 para Guaraqueçaba, 50 cestas para Morretes e outras 50 para Guaratuba. As entregas foram realizadas com apoio logístico das três cidades”, disse a fundadora da Rede Sorella, ao JB Litoral. A entidade doará 600 cestas básicas na ação de natal.

As outras 50 cestas destinadas aos guaraqueçabanos foram providenciadas pelo vice-prefeito de Paranaguá e também empresário, José Carlos Borba (PSD). “Tive o apoio do Grupo Transcap, ERS e FOX LUX para conseguir fazer essas doações que consistiram em 107 cestas básicas, 10 caixas de pasta de dente, 10 caixas de sabonetes, também caixas de álcool e água sanitária”, falou. As demais cestas mencionadas pelo vice-prefeito foram entregues a moradores de Morretes e Paranaguá.


O IMPACTO EM NÚMEROS


O número de afetados pelas chuvas no Litoral e na Região Metropolitana de Curitiba subiu para 7.528 pessoas, de acordo com o boletim divulgado na tarde desta quinta-feira (1º) pela Coordenadoria Estadual da Defesa Civil. Em Antonina, 93 pessoas foram afetadas por deslizamentos, oito ficaram desalojadas e cinco desabrigadas. Guaraqueçaba teve duas mil pessoas prejudicadas por alagamentos; em Guaratuba passou de 2 mil pessoas afetadas pelas enxurradas, mas nenhuma permanece desalojada ou desabrigada.


GUARAQUEÇABA


Além do recebimento e distribuição das cestas básicas, esta quinta o dia foi de reparos em Guaraqueçaba. Reparos emergenciais foram realizados em cabeceiras de duas pontes que foram danificadas pela força da enchente em Tagaçaba de Cima e Batuva; o abastecimento de água potável foi restabelecido e cinco famílias desalojadas puderam retornar para suas casas na comunidade de Tagaçaba e a cidade já não está mais totalmente isolada, com a circulação de veículos retomada na PR-405.


MORRETES


Em Morretes, o panorama até esta quinta, segundo a prefeitura da cidade, dava conta de 489 desalojados, que durante as cheias se deslocaram para casas de amigos, vizinhos e parentes; 26 desabrigados que passaram pela Secretaria de Ação Social, mas que agora, também estão acomodados em residências de parentes; as casas atingidas estão em toda a área urbana do município e várias regiões rurais. O abastecimento de água, luz e internet está funcionando normalmente no município e não há informações de quedas de pontes nas vias urbanas ou rurais da cidade, “Mas com certeza teremos estradas rurais danificadas, que ainda estão sendo levantadas pelas equipes da Defesa Civil e as estradas de acesso ao município, com interdição, como a Estrada da Graciosa, totalmente bloqueada por quedas de barreiras e rachaduras na pista, e a BR 277 que se encontra com fluxo parcial controlado pela PRF”, afirmou a Prefeitura de Morretes.

Existem pontos de arrecadação de doação no município para alimentos, água potável, materiais de higiene e limpeza, centralizados na sede da Prefeitura e postos de combustível.


GUARATUBA


Em Guaratuba, os alagamentos por conta das cheias dos rios atingiram 500 casas, cerca de 1000 moradores do Cubatão e arredores, região rural da cidade. No entanto, não houve registros de desabrigados e as águas começaram a baixar. Uma força-tarefa envolvendo diversas secretarias da cidade está atuando nas áreas afetadas desde a tarde de segunda-feira (28). Já foram entregues cestas básicas e galões de água. Equipes também atuam na limpeza das pontes e estradas. O retorno das aulas presenciais na área rural tem previsão para segunda-feira (5), por enquanto estão sendo realizadas atividades remotas.  

A secretaria do Bem Estar e Promoção Social está recebendo doações na Av. 29 Abril, 802, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 17h. As doações mais urgentes são de alimentos não perecíveis, materiais de limpeza, fralda descartável e água potável. Também são necessárias roupas adultas e infantis, colchões e travesseiros. A entrega deve ser feita até esta sexta-feira (2).


INSUMOS PARA SAÚDE


Nesta quinta insumos emergenciais para abastecer as unidades de saúde de todas as cidades do Litoral chegaram a Paranaguá. Os caminhões foram escoltados pelo Batalhão de Polícia de Choque, da Polícia Militar, e pela Polícia Rodoviária Federal. A ação é uma medida de suporte em abastecimento aos sete municípios da região em razão dos bloqueios nas rodovias de acesso por conta dos deslizamentos e das chuvas.

Defesa Civil traz medicamentos e outros insumos de Saúde, sob escolta policial, para o Litoral. Foto: Gilson Abreu/Aen

O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Schunig, explicou que o Estado está organizado para evitar a falta de insumos de saúde, alimentos e combustível nos municípios afetados. “O veículo da Defesa Civil tem prioridade para passar e conta com escolta para chegar ao destino e ter prioridade na circulação”, disse. “Com relação aos alimentos, já fizemos contato com a Ceasa, mas ainda não há essa demanda na região. Mas quando for necessário, a entrega vai ser feita nesse mesmo formato”, explicou.