Paranaguá celebra 21 anos da Lei de Libras em encontro no Teatro Rachel Costa


Por Amanda Batista Publicado 25/04/2023 às 13h44 Atualizado 18/02/2024 às 09h56

Na segunda-feira (24), autoridades municipais, educadores, alunos com surdez e seus familiares comemoraram os 21 anos da Lei de Libras (Lei nº 10.436/2002) no Teatro Rachel Costa, em Paranaguá.

Durante a cerimônia, os palestrantes ressaltaram o compromisso da gestão com a educação e inclusão de pessoas com surdez na vida pública, além dos feitos históricos do município, como a eleição da primeira vereadora surda do Paraná.

A secretária de Inclusão, Camila Leite, conta que desde o dia quatro foram promovidas ações de conscientização sobre a importância da difusão da Língua Brasileira de Sinais para a comunidade de surdos de todo o Brasil.

Começamos a conscientização nas escolas desde o dia quatro deste mês. É um assunto muito relevante na sociedade e hoje a gente sente um orgulho enorme de ter um olhar diferenciado para a causa, ter a vereadora Isabelle Dias como representante dessa comunidade e realmente cumprir com nosso papel de incluir as pessoas com necessidades especiais”, afirma Camila.

O vice-prefeito José Carlos Borba também destacou o papel de Paranaguá como um modelo para todo o Brasil e agradeceu ao prefeito Marcelo Roque pelo comprometimento com a Escola Bilíngue para Surdos Nydia Moreira Garcêz.

Queria agradecer ao prefeito por fazer esse grande trabalho nas escolas de surdos e nunca medir esforços para manter a qualidade da educação. Tenho certeza que nós somos exemplo para muitas cidades do Brasil, não só do Paraná”, frisa o vice-prefeito.

A diretora da Escola Nydia Moreira Garcêz, Fátima do Rocio de Souza Gonçalves, fala sobre as conquistas da comunidade de surdos de Paranaguá e a representatividade de figuras renomadas para os alunos da instituição.

Nós temos que ter orgulho da nossa escola bilíngue e dos nossos cidadãos que vão entrar para a história do país, como a vereadora Isabelle e o professor da Unespar, Ednilson Assenção, primeiro surdo do litoral a conquistar um diploma de nível superior”, comenta ao JB Litoral.

Para a diretora, o trabalho da escola bilíngue, junto à Secretaria de Inclusão e ao Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência garante um aprendizado e crescimento dos alunos que não seria possível em escolas regulares.

Inclusão é ter esse espaço bilíngue, com colegas e professores surdos que são modelos linguísticos. Hoje vimos o Hino Nacional e o Hino de Paranaguá serem apresentados por crianças de 5 anos que têm acesso constante à sua língua que não perde em nada para a língua portuguesa. Então, celebrar hoje essa data nos enche de gratidão”, conclui a diretora.

História da criação da Língua Brasileira de Sinais

De acordo com o grupo educacional Uníntese, fundado em 2004 e focado na educação online, com abrangência nacional, ofertando formação e qualificação profissional, conteúdos e serviços educacionais inovadores, incluindo a Escola de Libras, a história da Língua Brasileira de Sinais remonta a meados do século 19. Foi nessa época que o imperador Dom Pedro II convidou o francês Ernest Huet a vir ao Brasil adaptar à realidade brasileira o modelo de linguagem de sinais que era usado na França.

A partir daí, foi desenvolvida a Língua Nacional de Sinais. Algum tempo depois, em 1857, por ordem do imperador, foi fundado o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos (IISM), no Rio de Janeiro, que atendia então apenas a homens. Com o passar do tempo, o instituto evoluiu e funciona até hoje, com o nome de Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).

Com informações da Agência Brasil*