Patrulha Costeira do 9º BPM, do Litoral, auxilia União da Vitória em meio a enchentes e furtos


Por Luiza Rampelotti Publicado 02/11/2023 às 18h21 Atualizado 19/02/2024 às 03h48

No mês de outubro, a cidade de União da Vitória (PR) enfrentou uma situação trágica com as enchentes que assolaram a região. O aumento do nível do Rio Iguaçu, que corta o município, levou à evacuação de quase 300 famílias e à necessidade de proteger suas casas e propriedades, que estavam vulneráveis a furtos.

Nesse cenário crítico, a Patrulha Costeira do 9º Batalhão de Polícia Militar do Paraná, em Paranaguá, desempenhou um papel crucial para garantir a segurança da população. O tenente Vinícius Szlanda, comandante do pelotão, compartilha com o JB Litoral detalhes sobre a operação de apoio que durou de 17 a 26 de outubro e enfatiza a importância da ação.

A solicitação de apoio foi feita pelo sub-comando geral da Polícia Militar do Paraná, devido à crescente demanda na região. Historicamente, quando ocorrem enchentes na área, as pessoas evacuam suas casas, levando apenas o necessário para sobreviver, deixando para trás itens de valor. A situação se torna propícia para a ação de criminosos, que aproveitam o momento para cometer furtos“, explica.

Rio Iguaçu, que corta a cidade de União da Vitória, chegou a altura de 8,21 metros. Foto: Arquivo pessoal/Vinicius Szlanda

Em resposta a esse desafio, a Patrulha Costeira de Paranaguá enviou uma equipe de oito policiais, que permaneceu em União da Vitória pelo período de 10 dias. Os militares realizaram patrulhamento preventivo nas áreas alagadas, agindo tanto para evitar furtos nas residências quanto para prestar apoio à população, incluindo resgates de animais que haviam sido deixados nas casas e estavam em situação de risco.

Cenário desafiador


O soldado Marcelo de Lima, que atuou diretamente na operação, fala sobre as experiências e desafios enfrentados durante a missão. “No local havia várias casas arrombadas, em lugares de difícil acesso de viatura, então a polícia só chegava de barco mesmo. Operar na região era complicado porque a gente andava com o barco nas ruas, e a fiação elétrica de alta tensão estava próxima, devido à altura da água“, conta.

De acordo com o militar, os policiais atuavam nos locais onde a incidência de furtos era alta, com o objetivo de agir preventivamente para evitar os crimes. “Além disso, também prestamos apoio à população, realizamos resgates, principalmente de animais que eram deixados nas casas e estavam definhando“, compartilha.

O soldado Lima destaca os desafios emocionais de testemunhar a destruição na cidade, mas também os riscos físicos envolvidos na operação. O rio com forte correnteza, a necessidade de remar para se locomover e a navegação em um território desconhecido com obstáculos nas ruas foram dificuldades adicionais enfrentados pela equipe.

Eu nunca tinha participado de uma operação nesse sentido e nem visto uma cidade naquele estado. Foi muito triste de ver, mas o mais triste era você saber que as pessoas que já haviam perdido as coisas, ainda enfrentavam uma situação em que mal-intencionados se aproveitavam desse momento trágico para furtar o pouco que sobrou“, relembra.

O comandante da Patrulha Costeira, tenente Szlanda, reflete sobre o comprometimento das forças de segurança em proteger e servir a comunidade, mesmo diante das condições mais adversas. “A operação demonstrou a importância de uma resposta rápida e eficaz em momentos de crise, resguardando a segurança e os bens da população de União da Vitória”, conclui.

Tenente Szlanda e soldado Lima falaram com o JB Litoral sobre a operação. Foto: JB Litoral