Poder público realiza nova demolição de casas e edificações vazias nos mangues de Paranaguá


Por Amanda Batista Publicado 11/10/2023 às 12h29 Atualizado 19/02/2024 às 01h58

Nesta quarta-feira (11), foi realizada a segunda operação de demolição de construções irregulares nos manguezais de Paranaguá, que contou com a participação da Prefeitura de Paranaguá, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal.

Até o momento, a Ação Integrada de Fiscalização Ambiental (AIFA) demoliu cinco casas vazias, uma em construção, além de estacas e cercas em terrenos do Jardim Guaraituba nesta quarta (11). Outras 14 edificações também foram demolidas na primeira operação, realizada no dia 6 de setembro.

Demolição acontece apenas em edificações vazias e terrenos cercados. Foto: PF.

Fiscalização contínua

A fiscalização acontecerá de forma contínua na Ilha de Valadares, Jardim Guaraituba, Vila Guarani e Ponta do Caju, na Área de Preservação Permanente (APP) do Rio Itiberê, para atender uma ordem judicial ajuizada a partir de Ação Civil do Ministério Público.

Em junho deste ano, o Ministério Público Federal já havia recomendado que a Prefeitura iniciasse a demolição de edificações vazias nos 23 pontos de mangue que têm contato direto com a área urbana do município e fazem parte do Complexo Estuarino de Paranaguá, uma das reservas de mangue mais importantes do país.

As Instituições e os órgãos federais se uniram à Prefeitura de Paranaguá para evitar um desastre ecológico e ambiental que já está em andamento há anos. A tendência é de desaparecimento completo dos mangues em Paranaguá e isso afeta diretamente o assoreamento da baía. Essa união é essencial”, alertou a procuradora da República Monique Cheker.

Preservação do mangue

O Complexo Estuarino-Lagunar de Iguape-Cananéia e Paranaguá, situado entre São Paulo e Paraná, representa uma das reservas de mangues mais importantes do país. De acordo com estudos produzidos pelo Curso de Geografia da Universidade Federal do Paraná, citados na recomendação do MPPR, se não houver uma contenção na construção de casas nos manguezais de Paranaguá, ao longo dos próximos anos, o ecossistema tende a desaparecer.